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Mostrando postagens de 2009

Um vazio de cidadania.

Perdemos o Sean Goldman. O Brasil, perdeu uma oportunidade de valorizar e defender um seu cidadão. É claro que, à luz dos intrincados meandros do direito internacional, ate onde consigo chegar com modestos conhecimentos, parece-me que a decisão exarada pela justiça recentemente, de um lado, representou uma solução coerente para um conflito familiar e de outro, promoveu correção técnica de um problema diplomático, ensejador de criticas e farpas. Compreende-se que, um filho de uma cidadã brasileira, nascido nos limites territoriais de outra Nação, e para aqui trazido em circunstancias eivadas de ilicitude, deva retornar à guarda do seu pai biológico, principalmente na ausência da mãe biológica, recentemente falecida. Há normas que assim orientam e, a justiça brasileira, pautou-se nos limites da correção, em obediência aos ditames legais. Por conta desse ordenamento normativo, não haveriam reparações a fazer. Há contudo, um aspecto a descortinar o viés confuso e lastimável, da po...

O avesso do avesso...

O ano de 2009, cujo final se aproxima, foi rico em discussões sobre os temas econômicos. Uma questão que ocupou espaços escancarados na mídia, nos debates acadêmicos e discussões entre políticos, foi a famigerada crise deflagrada em meados do ano anterior. Obviamente, pelas suas dimensões, não se poderia esperar tendência diferente, haja vista que, em cada oportunidade, o tema revelava-se palpitante e objeto de preocupações. Depois de ultrapassadas as primeiras impressões e conseqüências, a crise, como tantas outras, foi arrefecendo e perdendo seu poder de ameaça apocalíptica. Mas, ainda hoje, guardadas as devidas proporções, continua sendo alvo de reflexões. E os reflexos produzidos nas economias de cada pais, continuam a ser parâmetro de avaliação, para as projeções dos anos vindouros. Interessante depois de superados os primeiros efeitos da borrasca, é analisar os equívocos de interpretação cometidos, no inicio e no decorrer dos acontecimentos. Por exemplo, alguns analistas ...

Há controversias...

Terminou esta semana no senado, com aprovação muito questionada, uma longa discussão sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul, que se estendia desde 2007. Acompanhei alguns dos últimos debates sobre a questão, centrados ora, na importância econômica da Venezuela em relação ao bloco, ora na figura do seu dirigente Hugo Chavez. Entendo que, embora controvertida politicamente, a pessoa do atual dirigente venezuelano, não deveria ser o centro das atenções e preocupações dos debatedores. Porque, quando se questiona a participação de um Estado no contexto de um bloco econômico, no caso, Hugo Chavez, não é o Estado da Venezuela, nem o Estado da Venezuela deve ser confundido com as trapalhadas e maquinações de Hugo Chavez. Nesse sentido, caberia estabelecer o flagrante contraste, entre a historia de uma Nação, suas potencialidades econômicas, sua importância política, demográfica e estratégica, como mais um elo importante na corrente que se pretende edificar em bloco, para representar os ...

Incitatus, o paradigma.

Dedico este artigo, a um grande amigo que me trouxe a inspiração. Em meio a tantos atos secretos e esquisitices que povoaram o Senado nos últimos meses, certamente ficou uma duvida: “Como foram capazes de chegar a tanto?”. Acho que a inegável “experiência e vivencia” das Excelências, teria buscado em manuscritos secretos do velho império romano, inspiração para muitos atos e praticas, que ali prosperaram. Certamente, alguns, tiveram motivações para tão esdrúxulas inspirações, como discípulos do escritor Suetônio – Gaio Suetônio Tranquilo, que foi um historiador e biografo da época do imperador romano Trajano. Sua obra principal é “Vida dos Doze Cesares”. Foi também, autor da principal biografia de Calígula, antigo imperador romano. O “Velho Guerreiro” Chacrinha, parodiando o sábio químico francês Lavoisier, cunhou em boa hora, a expressão: “Na televisão, nada se cria, tudo se copia”. Parece-me que na política também... Constam dos alfarrabios biograficos de Suetônio, relatos inusitad...

Indulgencias plenarias.

Consta dos registros da historia que, num passado distante, a Igreja Católica, sob direção do Papa Leão X, teria recorrido abusivamente à pratica de concessão das indulgências aos pecadores, em troca de doações para construção da Basílica de São Pedro em Roma. O fato, mereceu pesadas criticas, e a principal delas aconteceu quando Martinho Lutero, afixou na Igreja de Wittemberg, na Alemanha, textos em latim, com 95 teses que contrariavam dogmas da Igreja. Num dos textos, lembrava Lutero, Romanos, 1.17: “o justo vivera da fé”. Na tese 82, citou Lutero: “Por que o papa não tira duma so vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando, em troca de vil dinheiro para a construção da Catedral de S. Pedro, livra um sem numero de almas, logo por motivo bastante insignificante?”. Pela ousadia de sua pregação, Lutero terminou excomungado e, seu protesto, arrebanhou adeptos que deram or...

Galileu, Abraão e Doenitz.

Galilei Galilei foi um personagem da Historia, considerado um matemático, astrônomo e físico italiano, que desenvolveu e propagou a teoria de que a terra se move em torno do sol, a partir das idéias iniciais de Copérnico – uma idéia do universo, diferente do que a Igreja católica pregava à sua época. Embora hoje, reconhecido como gênio da ciência, pela própria Igreja, à época sofreu violenta perseguição, chegando a ser julgado pelo temível Tribunal da Inquisição, a ponto de ser obrigado a ajoelhar-se, ler em plenário e assinar sua sentença, na qual renunciava às suas idéias e crenças. Dizem que, ao se levantar, num átimo de lucidez, Galileu teria exclamado: “Eppur si muove” (e, no entanto, ela (a Terra) se move). Suas idéias, mais tarde converteram-se em verdade cientifica, enquanto o Tribunal do Santo Oficio, hoje é retratado como uma das paginas mais execráveis da historia da humanidade. Abraão, um personagem bíblico, foi também submetido a situação humilhante e submissa para provar ...

Vá entender...

Hoje, 20/08, em Ipanguaçu, RN, durante “inauguração-comicio” de mais um centro de formação técnica: “Uma oposição quando não tem argumento para fazer oposição, é pior do que doença que não tem cura. Porque eles ficam inventando qualquer coisa, e vale qualquer coisa para fazer ataque às pessoas” – palavras de “O cara”, segundo Obama. Hoje, mais tarde, comentário numa entrevista: “Muitas vezes, fazendo campanha, a gente achincalha os outros, a gente acusa os outros sem nenhuma prova, apenas porque a gente ouviu falar. Isso rebaixa o nível da política, enoja e muita gente, então, se afasta da política. Quanto mais as pessoas serias se afastam da política, mais os picaretas vão entrar na política”. – O mesmo. Teria acontecido uma seqüência de atos falhos, falta de reflexão, tiro no pé ou coisa parecida? Volta e meia, tem-se a sensação que, o Presidente e seu partido, “incorporaram” a tal ponto o vicio (ou doença incuravel) de fazer oposição a qualquer custo que, acabam por cometer deslizes...

Direito Internacional, diplomacia e conflitos entre Nações

Com muitas expectativas e interesse, estou começando a enveredar pelos caminhos do estudo do Direito Internacional, como parte de formação básica, para futuro exercício da condição de operador do Direito. Trata-se de um ambiente jurídico pouco conhecido dos leigos e como tal, desperta curiosidades de toda ordem. Principalmente, a tentativa de compreender um pouco, dos intrincados meandros das relações entre povos e nações, tão dispares, em seus costumes, crenças, tradições, culturas, ordenamentos internos. Como principiante nesta aventura, imagino o quanto difícil e complexo é, reunir a verdadeira babel de interesses, num sistema normativo, que se pretende valido e uniforme para todos. O desenrolar da Historia através os tempos, demonstra a exaustiva tarefa de tentar conciliar conflitos de toda ordem, em cada momento. Os povos, envolveram-se no fenômeno da guerra, com uma freqüência e barbárie, como se fosse algo inerente à raça humana, desafiando a capacidade de filósofos e diplomatas...

Adeus às ilusões

O tema reprisado frequentemente nos pronunciamentos, entrevistas, seminários em geral, é a implantação do projeto de um complexo logístico intermodal, envolvendo vários empreendimentos, e que afeta áreas polemicas do Município de Ilhéus. Em síntese, pelo que se anuncia, as áreas a ser ocupadas em nossa Região, representariam uma espécie de “corredor de escoamento” de produtos diversos, oriundos de outras regiões, envolvendo ferrovia a ser construída, um novo porto e um novo aeroporto internacional. Confesso que ate hoje, não vi devidamente formatado o tal projeto completo e claramente delineado, com detalhamentos de locações, extensão, cronogramas, orçamentos, fontes de recursos financeiros, técnicos e humanos, impactos ambientais, projeção de resultados, estudos de viabilidade, etc. Ao que me consta, efetivamente o projeto definitivo, pronto e acabado, ainda não existe. Trata-se de um conjunto de idéias, intenções e suposições, adredemente arranjadas, e pautadas em estudos prévios sum...

Não custa tentar...

Banca de revistas. O sujeito pede um maço de cigarros, “daquele que so da câncer”, porque o que “causa impotência” é muito perigoso... Lembram daquela campanha do Ministério da Saúde, que obriga a inscrição nos produtos e divulgação na mídia, de mensagens: “O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde”; “Fumar causa impotência”; Fumar causa câncer”...? Hoje, após insistência e determinação louváveis, a campanha evoluiu, a ponto de produzir dividendos positivos: redução significativa do numero de fumantes, importante advertência aos jovens para não se envolver com o vicio, e chegou-se ao clímax, influenciando as autoridades governamentais a editar normas que gradativamente, vão limitando espaços aos fumantes inveterados. O problema não chegou a ser erradicado, mas, tem-se hoje, instrumentos de regulação e controle eficazes, paralelamente, à conscientização que atinge a maioria dos fumantes, manifestando-se dispostos a tentar livrar-se do vicio. Uma campanha generalizante,...

O vendedor de garrafadas

Quem freqüenta as feiras livres de nossas cidades interioranas, conhece bem a figura do vendedor de “garrafadas”, líquidos preparados à base de sabe-se la o que, comercializados em profusão, e que supostamente, servem para curar todas as doenças: enxaqueca, febre, cansaço, TPM, impotência, unha encravada, câncer e, nos últimos tempos, ate gripe suína. Dizem os “entendidos”, que se trata de misturas de ervas e raízes, preparadas segundo ditames da “sabedoria popular”, acumulada ao longo de tempos imemoriais. As tais “soluções”, baseiam-se em conhecimentos transmitidos por pajés, feiticeiros, pais e mães de santo, e outros conhecedores do assunto, que reuniram experiências de hábitos, costumes e resultados obtidos por seus antepassados ou contemporâneos, guardadas na memória e fazem uso no seu mister, de inovações e novas experiências, geralmente praticadas à revelia de controles científicos. O vendedor das “garrafadas”, geralmente é um sujeito que se expressa com facilidade, dotado do d...

Por uma educação qualificada

La pelos idos de 1959, quando minha família mudou-se da nossa cidade natal, Jequié, e passou a residir em Campo Grande, então, a cidade mais importante de Mato Grosso e atual, capital do Mato Grosso do Sul, enfrentei grandes dificuldades de adaptação, para acompanhar o elevado nível de qualidade do curso ministrado no 3º ano do velho “curso primário”, no Colégio Dom Bosco. Migrei do regime de ensino precário, nas escolinhas particulares do nível primário (apesar do reconhecido esforço e dedicação das antigas e atuais professoras primarias, que à custa de imensos sacrifícios mantinham e mantem estas escolas, sem convênios e ajudas estatais, comuns nos dias atuais), para um regime de disciplina, organização e qualidade primorosa, pautado nas diretrizes dos padres salesianos. O velho colégio Dom Bosco, evoluiu a ponto de agregar, já de algum tempo, um complexo universitário, as Faculdades Dom Bosco, de qualidade amplamente reconhecida. Mais tarde, já retornado à nossa Bahia, experimentei ...

Devaneios

Depois da jurisprudência (ou será “jurisescrecencia”?) firmada na tal “Comissão de Ética”, ficamos com ligeira impressão que, fatos relatados e documentados na mídia, não representam coisa alguma. Talvez, na visão de alguns senadores, corroborada frequentemente pelo Presidente, a mídia seja em verdade uma “merdia”... Nadando contra esta corrente de lama e contrariando imposições anti-democraticas, vou acreditar no que li em manchete na pagina do UOL: “13 milhoes ficam sem aula mais uma semana no Brasil”. A noticia refere-se a medidas preventivas, adotadas em algumas localidades, em decorrencia da famigerada gripe suína, ou como queiram, gripe provocada pelo vírus H1N1, ou seja lá qual tipo de nova mutação apresente. Paralelamente, convivemos ainda com resquícios da dengue, casos mais freqüentes de meningites, a nos impor limitações e, nos últimos dias a grande vedete tem sido as leis anti-fumo, implementadas em Estados e Municípios pioneiros. Isto, sem esquecer a tal “lei seca”. Como s...

Cadê a crise que estava aqui?

Mesmo contrariando o “juízo de valor” de algumas “otoridades” maledicentes, devo confessar minha crença inabalável na importância da imprensa, como mecanismo de propagação de idéias, fatos documentados, informações, noticias. Entendo como indissociáveis, a liberdade dos indivíduos e da mídia, porque negar sua importante função, seria admitir e aceitar passivamente a alienação absoluta. Por isso, acredito não serem meras “noticias infundadas”, dados divulgados na ultima semana, retratando elevados índices alcançados pela bolsa de valores, próximos daqueles verificados na pré-crise e, a queda sensível na cotação do dólar. Acredito, mas não os reconheço como noticias auspiciosas no contexto atual. Justifico: remontando às causas determinantes da crise que atingiu em cheio, os mercados financeiros e de valores mobiliários ao redor do mundo, provocando serias conseqüências para a economia real, vamos encontrar exatamente, os efeitos danosos da desenfreada especulação nesses mercados, fruto ...

Linguajar chulo e nojento

Ao chamar de “imbecis e ignorantes” aqueles que classificam o Bolsa Família como um programa eleitoreiro ou assistencialista, o Presidente desrespeitou o disposto no inciso IV, do artigo 5º da Constituição Federal vigente: “IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;”. Em outra recente manifestação desastrada, já ferira o disposto no inciso I: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;”, numa indisfarçável, submissa, e comprometedora paparicação, ao classificar um certo senador, na crista da onda de crise que afeta o senado, de “pessoa não comum”... E em ambos episodios, como noutros de triste memoria, desrespeitou flagrantemente, o juramento dos mais altos mandatarios do Pais, que se comprometem solenemente a respeitar a Constituição. Seria insano sequer imaginar que, legendários personagens da historia, que pugnaram pelos princípios acima, defendendo ate à custa da propria vida, a liberdade de expressão, a igualdade...

Alucinações...

Para começo de conversa, desconfio que pode ter algo a ver com os tais agrotoxicos e hormonios, que andam aplicando nos vegetais, folhas, frangos e peixes de cativeiro, que meu medico recomenda como dieta, para reduzir colesterol e trigliceridios, acompanhado daquela velha recomendação: “Lavar em água corrente, aplicando umas gotas de vinagre e limão”. Uma coisa tipo: “Lavou, ta nova...” A verdade é que, nos ultimos três ou quatro meses, comecei a sofrer certas “alucinações” terríveis... Tenho “visões”, ouço “vozes” e diariamente, vinha enxergando “miragens” nas manchetes dos jornais, noticiando coisas horríveis que estariam acontecendo no senado brasileiro. Ate na TV senado, as “visões” embaralhavam com as “pacatas e ordeiras” sessões, cenas de bate-boca, denuncias, representações, um sem fim de descalabros. Em alguns momentos de “lucidez”, observei que muitos senadores invocavam um tal “artigo 14”, que da direito ao fulano passar à frente de todo mundo e deitar falação. Esse tal “ar...

Invocando o Estatuto...

Propositalmente, não escrevi sobre o 99º aniversario da nossa querida Itabuna. Obviamente, não me faltam razões para ser-lhe grato e reconhecer suas qualidades. Aqui fui recebido de boa vontade tornando-me um dedicado e reconhecido itabunense por opção. Mas, relutei diante a possibilidade de repetir o lugar comum das homenagens, que às vezes pecam pelo excesso de zelo, tratando-a como uma “jovem cidade”, no “alvorecer da prosperidade”, etc, e muito pouco contribuem para superar seus problemas. Por isso, considerando que Itabuna se aproxima do centenário, acho que devemos trata-la realmente, como uma “idosa”. E para tanto, invocar o “Estatuto dos Idosos” para protege-la, melhorando o tratamento que nossos dirigentes lhe tem dispensado. Diante o descaso em relação a muitos de seus problemas urbanos, a “idosa” se encontra carente de melhor zelo, seja na limpeza de seus logradouros, seja na melhoria do abastecimento de água e esgotamento sanitário, seja em relação a novas obras de impacto...

Hogwarts

No celebre castelo “Alnwick Castle”, no norte da Inglaterra, funciona a Escola de magia e bruxarias, onde Harry Potter, seus companheiros, humanos, elfos, magos e hobbits, vivem suas aventuras, realizam feitiços, praticam maldades e bruxarias de toda ordem. A ficção literária, converteu-se numa seqüência de filmes, e gerou verdadeira industria de produtos e diversão pelo mundo afora. Aqui no Brasil, talvez por influencia dos fluidos malignos que exalam dos ambientes retratados em cada episodio, a ficção cada vez mais se aproxima da realidade: na “Montanha da Maldição” (o Planalto), passou a funcionar uma verdadeira Hogwarts no Senado. La não tem faltado toda espécie de bruxos, feiticeiros e magos, a praticar as mais incríveis peripécias com os “anéis” (recursos públicos) - são os aparentes “Senhores dos Anéis”. Pelo que se tem divulgado nos últimos meses, travam-se lutas intestinas pelo poder, pelo controle das decisões, pelo domínio dos recursos públicos, numa verdadeira guerra que ne...

Historia e bastidores

A historia do Brasil esta recheada de episódios, que apresentam versões diferentes, seja em função da fonte relatora influenciada por fatores ideológicos, políticos ou ate interesses outros, seja em decorrência do passar do tempo, que faz emergir documentos e novos fatos. Poderíamos citar a titulo de exemplo: o descobrimento, retratado em muitos livros didáticos, numa versão “romântica ou épica”, como decorrente de uma “calmaria”. Hoje, conhecendo melhor o ambiente da época, as disputas políticas e economicas entre as nações que dominavam o periodo das grandes navegações, sabemos tratar-se de um empreendimento elaborado e planejado, com fins específicos de localização e ocupação de territórios desconhecidos. Ou alguém ainda acredita que, Cristóvão Colombo (pela Espanha) e Cabral (por Portugal), com diferença de poucos anos, chegaram às Bahamas, Golfo do Mexico e Porto Seguro, “por mero acaso”? Mais adiante, vamos encontrar versões “românticas” e realistas, das capitanias hereditárias, ...

Atos secretos

Espero não ser citado nas investigações em andamento no senado, mas na semana passada, pratiquei um “ato secreto” no sanitário la de casa, que produziu efeitos danosos. O problema foi na descarga, que não funcionou adequadamente para “revogar” o tal “ato secreto” e suas conseqüências exalaram durante um bom tempo, ate a substituição de uma pequena borracha, que restaurou seu funcionamento normal. O episodio me levou a refletir sobre a aventura do homem na lua, que completou 40 anos no ultimo dia 20/07. Os avanços tecnológicos observados nas ultimas décadas, foram fantásticos, no mundo dos computadores, dos automóveis, da comunicação, na pesquisa espacial, na comunicação, mas, infelizmente, em relação às descargas de latrinas, a evolução foi limitada. Pouco avançamos neste “setor crucial” e, as descargas instaladas em nossas residências e ambientes públicos, continuam a ser movimentadas por sistemas mecânicos, que ainda adotam como base tecnológica, as leis de Newton e princípios elemen...

Combate à violência

Já se tornou insuportável a violência que afeta nossa sociedade. A cada dia, os fatos denotam um clima de terror, nos ambientes urbanos e rurais. A preocupação maior, reside no aparente imobilismo das autoridades constituídas que, apesar de algumas iniciativas paliativas, não conseguem conter a onda avassaladora de eventos, a ceifar vidas, causar traumas irreparáveis, ora, afetando não so patrimônio das pessoas, mas principalmente, sua integridade física. A vida humana, se traduz por um nada, já não tem significado, ante os desatinos de criminosos cada vez mais violentos. Nos últimos dias, mais uma iniciativa louvável tomou corpo em nossa cidade, com a idéia de um “pacto contra a violência”. Autoridades, políticos, representantes de entidades, mídias, estiveram debatendo o tema e buscando soluções alternativas. O projeto, respeitada a seriedade que o caso requer e, a confiança nos bons propósitos daqueles que se dispuseram espontaneamente, a encarar a situação, nos lembra o episodio já...

Puxa e estica...

A situação da área econômica no Planalto, nunca esteve tão complexa quanto nos últimos meses pos deflagração da crise econômica. Observa-se uma mudança radical de cenários, antes, delineados por uma posição confortável - reservas cambiais em alto nível, taxa de juros elevadas, arrecadação batendo recordes, balança comercial em expansão, superávit primário em ascensão. Os reveses provocados pela necessidade de adoção de medidas anticiclicas, para combater os sinais concretos de uma recessão – liberação parcial de compulsório, redução gradativa das taxas de juros, queda continuada de arrecadação complicada pela redução de impostos em algumas áreas criticas, resultados preocupantes na balança comercial, queda acentuada do superávit primário (caiu para 2,28% do PIB) – trouxeram uma nova realidade, com a qual o atual governo não havia se defrontado ao longo do seu curso. Um “freio de arrumação” e tanto, no ambiente de bonança ate então vivenciado. Por conta da nova experiência, algumas medi...

Ilustres desconhecidos

As continuadas crises políticas que abalam o Congresso brasileiro (Senado e Câmara), por conta da sucessão de casos escabrosos envolvendo personagens daquelas instituições e suas parcerias com o Poder Executivo, demonstram, o quanto desconhecemos da verdadeira personalidade e caráter dos politicos protagonistas ou coadjuvantes. Sem duvida, episódios de corrupção, nepotismo, atos secretos, alianças espúrias, negociatas, barganhas, não nasceram nas recentes legislaturas, nem constituem inovação do atual governo. Datam de períodos remotos e se repetem ou se transmudam, ao longo do tempo, com pequenas nuances de variação, como se fossem inerentes à “cultura política brasileira”. Por isso, não nos surpreende a divulgação de escandalosas situações, ora em pauta na mídia cotidiana. Embora não possamos atribuir a pecha de “regra geral”, porque havemos de admitir espaço às honrosas exceções, no cenário atual, não podemos deixar de reconhecer o grau elevado de comprometimento dos fins republica...

Pragas do Egito

Conhecemos a historia das 10 pragas, que Deus teria lançado contra o Egito, através de Moises, com a finalidade de libertar o povo judeu e fazer o Farao reconhecer a unicidade de Deus. À época, as pragas teriam como alvo, divindades especificas, como o “deus Nilo”, os “deuses animais”, e culminaram com a morte de filhos primogênitos, inclusive do Farao, considerado e venerado pelo povo, como a divindade principal. A historia relata que o povo judeu foi libertado, seguiu uma trajetória errante pelo deserto, durante longos 40 anos, ate chegar à tão almejada “terra prometida”; por seu turno, o Egito, outrora uma civilização pujante e rica, gradativamente, atravessou períodos obscuros na sua historia, ate perder sua importância passada, e converter-se a condição limitada dos tempos modernos. Às vezes tenho a impressão que nossa Região cacaueira, por alguma razão (ou razões) desconhecida, também tem sido submetida a uma serie de “pragas” políticas, que gradativamente vem minando suas potenc...

Mudança de cenários

No primeiro trimestre de 2008, a carga tributaria no Brasil (relação entre a arrecadação de tributos nas três esferas: federal, estadual e municipal e o PIB – Produto Interno Bruto), atingiu a marca de 38,95%. Vivíamos um período de ventos favoráveis na economia interna e mundial. A taxa de cambio (relação dólar/real), situava-se num patamar de R$1,75. As previsões econômicas eram altamente favoráveis a taxas de crescimento superiores a 5% e que poderiam se repetir em 2009; a arrecadação tributaria batia seguidos recordes. Ao final do primeiro trimestre de 2009, após o vendaval provocado pelos primeiros seis meses da crise mundial, a carga tributaria atingiu 38,45%; uma redução da ordem de 0,5%. A taxa cambial situava-se em R$2,31; um aumento de 32%. Os dados recentemente divulgados do PIB, apontam uma redução comparativa de 1,8% (PIB real, descontada a inflação no período). Trata-se de novos cenários, confirmados por uma serie de dados mais recentes, apontando novas quedas na arrecada...

O paradoxo político

A cada nova crise que afeta o mundo econômico, ressurgem as idéias simplórias e sonhos da esquerda mais radical, de que o capitalismo, o pensamento político pautado na filosofia antiestatizante, voltada para os mercados e, mais presentemente, as idéias neo-liberais, estariam fadadas ao naufrágio inapelável, sepultando-se de vez, quaisquer perspectivas de recuperação. Não foi diferente no limiar da atual crise que teve como epicentro, mercados financeiros de nações economicamente desenvolvidas e poderosas. Aqui e acolá, verberações ideológicas e manifestações utópicas, chegaram a celebrar réquiens à suposta derrocada, antes mesmo que os limites da crise fossem clara, qualitativa e quantitativamente delineados. No ambiente de incertezas que abalou a credibilidade dos agentes econômicos e do publico na dinâmica dos mercados, provocou a débâcle de meia dúzia de instituições financeiras seculares e, submeteu a situações vexatórias emblemáticos símbolos do segmento produtivo, poder-se-ia vis...