Adeus às ilusões
O tema reprisado frequentemente nos pronunciamentos, entrevistas, seminários em geral, é a implantação do projeto de um complexo logístico intermodal, envolvendo vários empreendimentos, e que afeta áreas polemicas do Município de Ilhéus.
Em síntese, pelo que se anuncia, as áreas a ser ocupadas em nossa Região, representariam uma espécie de “corredor de escoamento” de produtos diversos, oriundos de outras regiões, envolvendo ferrovia a ser construída, um novo porto e um novo aeroporto internacional. Confesso que ate hoje, não vi devidamente formatado o tal projeto completo e claramente delineado, com detalhamentos de locações, extensão, cronogramas, orçamentos, fontes de recursos financeiros, técnicos e humanos, impactos ambientais, projeção de resultados, estudos de viabilidade, etc. Ao que me consta, efetivamente o projeto definitivo, pronto e acabado, ainda não existe. Trata-se de um conjunto de idéias, intenções e suposições, adredemente arranjadas, e pautadas em estudos prévios sumários de viabilidade, que ainda dependem de etapas técnicas a ser elaboradas e concluídas, alem da superação de obstáculos diversos.
Mormente tais carências fundamentais a uma analise profunda das questões que o cercam, o discurso inflamado e ate certo ponto impositivo, de autoridades e políticos (regionais inclusive), propala e promete a excelência de resultados decorrentes. Anuncia-se investimentos superiores a R$5 bilhoes de reais, geração de uns tantos milhares de empregos na região, atração de investimentos e, alavancagem de atividades conexas. O que se apresenta como perspectiva de redenção econômica.
Respeitadas proporções menos ufanistas, considero validas as idéias de implementar novas alternativas econômicas na região, com diversificação de atividades, ate porque, não seria sensato criticar ou me opor a projetos de cuja compleição e detalhamentos não disponho. E não podemos negar a imperiosa necessidade de buscar alternativas, para incentivar retomada de um ritmo de desenvolvimento, que foi escamoteado e distorcido, pela seqüência de fatores críticos que afetaram as bases da nossa economia.
Não concordo entretanto, com a forma depreciativa como tem sido tratada a economia cacaueira, quando a ela atribuem a pecha de “fora de foco”, de responsável pela “queda vertiginosa na arrecadação tributaria”, de uma alternativa ultrapassada e, outras mazelas. Principalmente de parte deste ou daquele político que, conquistou sua substancia, “bebendo água na folha do cacaueiro”. A sabedoria popular, é taxativa: “não se deve cuspir no prato que comeu” e, as paixões arrebatadoras pelo “novo”, não devem implicar no desprezo e tratamento pejorativo das origens.
A economia cacaueira vive um drama inquestionável, e teve depredadas suas potencialidades, principalmente pela falta de apoios, investimentos, soluções objetivas de seus problemas mais angustiantes. Vejam o exemplo do “PAC do Cacau” e outras tantas proposições elaboradas, promessas que não se concretizam em sua plenitude, e às quais, faltam recursos, técnicos e financeiros, muito inferiores aos que hoje se apresentam como “milagrosos”, para bancar esta nova opção.
Demonstra o descaso e desprezo por uma estrutura produtiva, que carece de reformulações, mas, principalmente, de vontades políticas para reabilita-la, que poderia reativar empregos aos milhares e, ate, conectar-se aos novos empreendimentos indiretamente, com aporte de recursos muito inferior. Afigura-se um adeus às ilusões.
O chocolate, tem sido enaltecido pelas mais recentes pesquisas medicas e nutricionais, como alimento de qualidades consideráveis, num mundo carente de alimentos, e cuja demanda potencial configura-se positiva. Relegar ao descaso, uma cultura que ao longo do tempo, mostrou-se compatível com os modernos requisitos de preservação ambiental e sustentabilidade, não se coaduna com a razoabilidade e sensatez que se espera. – Paulo Mendes – Economista.
Em síntese, pelo que se anuncia, as áreas a ser ocupadas em nossa Região, representariam uma espécie de “corredor de escoamento” de produtos diversos, oriundos de outras regiões, envolvendo ferrovia a ser construída, um novo porto e um novo aeroporto internacional. Confesso que ate hoje, não vi devidamente formatado o tal projeto completo e claramente delineado, com detalhamentos de locações, extensão, cronogramas, orçamentos, fontes de recursos financeiros, técnicos e humanos, impactos ambientais, projeção de resultados, estudos de viabilidade, etc. Ao que me consta, efetivamente o projeto definitivo, pronto e acabado, ainda não existe. Trata-se de um conjunto de idéias, intenções e suposições, adredemente arranjadas, e pautadas em estudos prévios sumários de viabilidade, que ainda dependem de etapas técnicas a ser elaboradas e concluídas, alem da superação de obstáculos diversos.
Mormente tais carências fundamentais a uma analise profunda das questões que o cercam, o discurso inflamado e ate certo ponto impositivo, de autoridades e políticos (regionais inclusive), propala e promete a excelência de resultados decorrentes. Anuncia-se investimentos superiores a R$5 bilhoes de reais, geração de uns tantos milhares de empregos na região, atração de investimentos e, alavancagem de atividades conexas. O que se apresenta como perspectiva de redenção econômica.
Respeitadas proporções menos ufanistas, considero validas as idéias de implementar novas alternativas econômicas na região, com diversificação de atividades, ate porque, não seria sensato criticar ou me opor a projetos de cuja compleição e detalhamentos não disponho. E não podemos negar a imperiosa necessidade de buscar alternativas, para incentivar retomada de um ritmo de desenvolvimento, que foi escamoteado e distorcido, pela seqüência de fatores críticos que afetaram as bases da nossa economia.
Não concordo entretanto, com a forma depreciativa como tem sido tratada a economia cacaueira, quando a ela atribuem a pecha de “fora de foco”, de responsável pela “queda vertiginosa na arrecadação tributaria”, de uma alternativa ultrapassada e, outras mazelas. Principalmente de parte deste ou daquele político que, conquistou sua substancia, “bebendo água na folha do cacaueiro”. A sabedoria popular, é taxativa: “não se deve cuspir no prato que comeu” e, as paixões arrebatadoras pelo “novo”, não devem implicar no desprezo e tratamento pejorativo das origens.
A economia cacaueira vive um drama inquestionável, e teve depredadas suas potencialidades, principalmente pela falta de apoios, investimentos, soluções objetivas de seus problemas mais angustiantes. Vejam o exemplo do “PAC do Cacau” e outras tantas proposições elaboradas, promessas que não se concretizam em sua plenitude, e às quais, faltam recursos, técnicos e financeiros, muito inferiores aos que hoje se apresentam como “milagrosos”, para bancar esta nova opção.
Demonstra o descaso e desprezo por uma estrutura produtiva, que carece de reformulações, mas, principalmente, de vontades políticas para reabilita-la, que poderia reativar empregos aos milhares e, ate, conectar-se aos novos empreendimentos indiretamente, com aporte de recursos muito inferior. Afigura-se um adeus às ilusões.
O chocolate, tem sido enaltecido pelas mais recentes pesquisas medicas e nutricionais, como alimento de qualidades consideráveis, num mundo carente de alimentos, e cuja demanda potencial configura-se positiva. Relegar ao descaso, uma cultura que ao longo do tempo, mostrou-se compatível com os modernos requisitos de preservação ambiental e sustentabilidade, não se coaduna com a razoabilidade e sensatez que se espera. – Paulo Mendes – Economista.
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