Incitatus, o paradigma.
Dedico este artigo, a um grande amigo que me trouxe a inspiração.
Em meio a tantos atos secretos e esquisitices que povoaram o Senado nos últimos meses, certamente ficou uma duvida: “Como foram capazes de chegar a tanto?”.
Acho que a inegável “experiência e vivencia” das Excelências, teria buscado em manuscritos secretos do velho império romano, inspiração para muitos atos e praticas, que ali prosperaram. Certamente, alguns, tiveram motivações para tão esdrúxulas inspirações, como discípulos do escritor Suetônio – Gaio Suetônio Tranquilo, que foi um historiador e biografo da época do imperador romano Trajano. Sua obra principal é “Vida dos Doze Cesares”. Foi também, autor da principal biografia de Calígula, antigo imperador romano.
O “Velho Guerreiro” Chacrinha, parodiando o sábio químico francês Lavoisier, cunhou em boa hora, a expressão: “Na televisão, nada se cria, tudo se copia”. Parece-me que na política também...
Constam dos alfarrabios biograficos de Suetônio, relatos inusitados de atos e praticas extravagantes protagonizados pelo imperador Calígula. Dentre estes, suas relações conflituosas com o senado, onde eliminou partidários da velha “Dinastia Julio-Claudiana”, revisou casos de acusados e estabeleceu patética divisão, entre senadores dignos de confiança e indignos. Aos “indignos”, Calígula tratou com severidade, denegrindo-os gravemente – alguns foram julgados e condenados à desgraça ou ate à morte. Aos “dignos”, sempre dispensou todas benesses do poder.
Como ato simbólico da submissão e degeneração do senado como instituição, Calígula incluiu no rol dos senadores (provavelmente, através algum “ato secreto”), ao seu cavalo preferido: Incitatus, o qual, tinha cerca de dezoito criados pessoais (ou “cavalares”), desfilava enfeitado com um colar de pedras preciosas e ate dormia acondicionado em meio a mantas de cor púrpura – a cor destinada apenas aos trajes imperiais.
As loucuras de Calígula, chegaram ao ponto de dedicar a Incitatus, uma estatua em tamanho real, em mármore, com um pedestal em marfim. Mais tarde, inconformado com as “limitações senatoriais”, cogitou eleva-lo à condição de Cônsul do Império Romano...
Esquizofrenias e delírios de um imperador, que ficaram esquecidas no passado da historia, de repente podem ter aflorado no âmbito do nosso senado. É certo que, ainda não chegamos ao cumulo de votar ou nomear, um representante da classe equídea, para ocupar uma cadeira ou suplência na Câmara Alta. Mais pela ausência de “candidatos registrados”, do que por falta de disposição. O eleitorado brasileiro, no passado, em votos de protesto contra o baixo nível de candidatos, já proporcionou em 1958, uma estupenda votação, superior a 100.000 votos, ao “rinoceronte Cacareco”, em São Paulo; e na Bahia, a famosa “Onça Peteleca”, também foi alvo de expressiva votação, nos anos 70.
Ao contemplar as benesses conferidas aos nossos políticos: auxilio paletó, diárias, passagens aéreas, salários, auxilio habitação e, outras tantas verbas adicionadas aos seus proventos, alem do numero absurdo de auxiliares pagos pelos cofres públicos, pouca diferença encontramos em comparação aos colares, mantas púrpuras, criados e estatua de Incitatus.
Aqui também, encontramos “os dignos” e “os indignos”, que cercavam Calígula. Parece que, irremediavelmente, a historia se repete... ou ao menos, é reproduzida, numa copia mal acabada do que já era classificado no original, como uma orgia.
Paulo Mendes – Economista.
Em meio a tantos atos secretos e esquisitices que povoaram o Senado nos últimos meses, certamente ficou uma duvida: “Como foram capazes de chegar a tanto?”.
Acho que a inegável “experiência e vivencia” das Excelências, teria buscado em manuscritos secretos do velho império romano, inspiração para muitos atos e praticas, que ali prosperaram. Certamente, alguns, tiveram motivações para tão esdrúxulas inspirações, como discípulos do escritor Suetônio – Gaio Suetônio Tranquilo, que foi um historiador e biografo da época do imperador romano Trajano. Sua obra principal é “Vida dos Doze Cesares”. Foi também, autor da principal biografia de Calígula, antigo imperador romano.
O “Velho Guerreiro” Chacrinha, parodiando o sábio químico francês Lavoisier, cunhou em boa hora, a expressão: “Na televisão, nada se cria, tudo se copia”. Parece-me que na política também...
Constam dos alfarrabios biograficos de Suetônio, relatos inusitados de atos e praticas extravagantes protagonizados pelo imperador Calígula. Dentre estes, suas relações conflituosas com o senado, onde eliminou partidários da velha “Dinastia Julio-Claudiana”, revisou casos de acusados e estabeleceu patética divisão, entre senadores dignos de confiança e indignos. Aos “indignos”, Calígula tratou com severidade, denegrindo-os gravemente – alguns foram julgados e condenados à desgraça ou ate à morte. Aos “dignos”, sempre dispensou todas benesses do poder.
Como ato simbólico da submissão e degeneração do senado como instituição, Calígula incluiu no rol dos senadores (provavelmente, através algum “ato secreto”), ao seu cavalo preferido: Incitatus, o qual, tinha cerca de dezoito criados pessoais (ou “cavalares”), desfilava enfeitado com um colar de pedras preciosas e ate dormia acondicionado em meio a mantas de cor púrpura – a cor destinada apenas aos trajes imperiais.
As loucuras de Calígula, chegaram ao ponto de dedicar a Incitatus, uma estatua em tamanho real, em mármore, com um pedestal em marfim. Mais tarde, inconformado com as “limitações senatoriais”, cogitou eleva-lo à condição de Cônsul do Império Romano...
Esquizofrenias e delírios de um imperador, que ficaram esquecidas no passado da historia, de repente podem ter aflorado no âmbito do nosso senado. É certo que, ainda não chegamos ao cumulo de votar ou nomear, um representante da classe equídea, para ocupar uma cadeira ou suplência na Câmara Alta. Mais pela ausência de “candidatos registrados”, do que por falta de disposição. O eleitorado brasileiro, no passado, em votos de protesto contra o baixo nível de candidatos, já proporcionou em 1958, uma estupenda votação, superior a 100.000 votos, ao “rinoceronte Cacareco”, em São Paulo; e na Bahia, a famosa “Onça Peteleca”, também foi alvo de expressiva votação, nos anos 70.
Ao contemplar as benesses conferidas aos nossos políticos: auxilio paletó, diárias, passagens aéreas, salários, auxilio habitação e, outras tantas verbas adicionadas aos seus proventos, alem do numero absurdo de auxiliares pagos pelos cofres públicos, pouca diferença encontramos em comparação aos colares, mantas púrpuras, criados e estatua de Incitatus.
Aqui também, encontramos “os dignos” e “os indignos”, que cercavam Calígula. Parece que, irremediavelmente, a historia se repete... ou ao menos, é reproduzida, numa copia mal acabada do que já era classificado no original, como uma orgia.
Paulo Mendes – Economista.
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