Linguajar chulo e nojento
Ao chamar de “imbecis e ignorantes” aqueles que classificam o Bolsa Família como um programa eleitoreiro ou assistencialista, o Presidente desrespeitou o disposto no inciso IV, do artigo 5º da Constituição Federal vigente: “IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;”.
Em outra recente manifestação desastrada, já ferira o disposto no inciso I: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;”, numa indisfarçável, submissa, e comprometedora paparicação, ao classificar um certo senador, na crista da onda de crise que afeta o senado, de “pessoa não comum”...
E em ambos episodios, como noutros de triste memoria, desrespeitou flagrantemente, o juramento dos mais altos mandatarios do Pais, que se comprometem solenemente a respeitar a Constituição.
Seria insano sequer imaginar que, legendários personagens da historia, que pugnaram pelos princípios acima, defendendo ate à custa da propria vida, a liberdade de expressão, a igualdade entre os homens e, grandes doutrinadores do Direito que, movidos por elevados ideais os inseriram em nossa Carta Magna, tenham sido “imbecis e ignorantes”.
Causa espécie, que o desregramento verbal do Presidente, seguiu-se, à divulgação de um estudo, desenvolvido no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (uma fundação respeitada internacionalmente pela excelência de seu trabalho), concluindo que “o Bolsa Família foi responsável por um aumento de cerca de três pontos percentuais na votação do presidente Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2006”. O levantamento indica ainda que, “o impacto do programa nas eleições foi maior que o gerado pelo desempenho da economia”. Dá para acreditar que seriam estes mestres pesquisadores, “imbecis e ignorantes”?
Obviamente, não se trata de manifestação vulgar de algum oposicionista em discurso inflamado para a plateia. Foi um estudo tecnicamente pautado por normas cientificas, e que talvez, tenha conduzido a uma conclusão desfavorável ao ego do presidente. O que, desclassifica e agrava ainda mais sua reação destemperada.
Parece-me também obvio que, a essa altura, alguns dos seus mais fanáticos bajuladores, cheguem ao cumulo de questionar: “Se voce esta a defender com tanta convicção, a liberdade de expressão, por que critica o presidente, pela sua reação”?
Respondo: o presidente, como qualquer pessoa comum que somos todos nós, tem a liberdade para exprimir o que lhe vem à mente, ou que destila seu fígado ou que a adrenalina faz jorrar, em razão do momento. Desde que, conveniente às circunstancias, e respeitados os limites da decência, da compostura e das normas de convivência social. Principalmente, respeitados os direitos, as convicções e o caráter dos interlocutores.
Por exemplo, seria decente alguém num velório, deitar falação contando piadas do Bocage, de papagaios ou do Joãozinho? Ou ate, dirigir impropérios contra o defunto, à vista da família? Logicamente, é insensato e imperdoável.
Não se contrapõe às constatações de um estudo técnico, a verborréia rasteira e chula, mais encontrada nos botecos de baixa categoria, nas brigas de moleques de rua ou nas rodas intimas de amigos em confraternização, etilicamente regada. Principalmente, quando o contestador, é a figura publica do mais alto mandatário de uma Nação, sujeito às regras de conduta que o cargo impõe e, diante uma realidade cristalina, paupavel pelo uso concreto e repetido do tema em seus comícios. Revela desequilíbrio, insegurança, falta de compostura, respeito ao ambiente e terceiros à volta. Talvez agrade a uns poucos fanáticos companheiros bajuladores. Estes, não se confundem com o povo, porque verdadeiramente, não são, o comum de nós. - Paulo Mendes – Economista.
Em outra recente manifestação desastrada, já ferira o disposto no inciso I: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;”, numa indisfarçável, submissa, e comprometedora paparicação, ao classificar um certo senador, na crista da onda de crise que afeta o senado, de “pessoa não comum”...
E em ambos episodios, como noutros de triste memoria, desrespeitou flagrantemente, o juramento dos mais altos mandatarios do Pais, que se comprometem solenemente a respeitar a Constituição.
Seria insano sequer imaginar que, legendários personagens da historia, que pugnaram pelos princípios acima, defendendo ate à custa da propria vida, a liberdade de expressão, a igualdade entre os homens e, grandes doutrinadores do Direito que, movidos por elevados ideais os inseriram em nossa Carta Magna, tenham sido “imbecis e ignorantes”.
Causa espécie, que o desregramento verbal do Presidente, seguiu-se, à divulgação de um estudo, desenvolvido no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (uma fundação respeitada internacionalmente pela excelência de seu trabalho), concluindo que “o Bolsa Família foi responsável por um aumento de cerca de três pontos percentuais na votação do presidente Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2006”. O levantamento indica ainda que, “o impacto do programa nas eleições foi maior que o gerado pelo desempenho da economia”. Dá para acreditar que seriam estes mestres pesquisadores, “imbecis e ignorantes”?
Obviamente, não se trata de manifestação vulgar de algum oposicionista em discurso inflamado para a plateia. Foi um estudo tecnicamente pautado por normas cientificas, e que talvez, tenha conduzido a uma conclusão desfavorável ao ego do presidente. O que, desclassifica e agrava ainda mais sua reação destemperada.
Parece-me também obvio que, a essa altura, alguns dos seus mais fanáticos bajuladores, cheguem ao cumulo de questionar: “Se voce esta a defender com tanta convicção, a liberdade de expressão, por que critica o presidente, pela sua reação”?
Respondo: o presidente, como qualquer pessoa comum que somos todos nós, tem a liberdade para exprimir o que lhe vem à mente, ou que destila seu fígado ou que a adrenalina faz jorrar, em razão do momento. Desde que, conveniente às circunstancias, e respeitados os limites da decência, da compostura e das normas de convivência social. Principalmente, respeitados os direitos, as convicções e o caráter dos interlocutores.
Por exemplo, seria decente alguém num velório, deitar falação contando piadas do Bocage, de papagaios ou do Joãozinho? Ou ate, dirigir impropérios contra o defunto, à vista da família? Logicamente, é insensato e imperdoável.
Não se contrapõe às constatações de um estudo técnico, a verborréia rasteira e chula, mais encontrada nos botecos de baixa categoria, nas brigas de moleques de rua ou nas rodas intimas de amigos em confraternização, etilicamente regada. Principalmente, quando o contestador, é a figura publica do mais alto mandatário de uma Nação, sujeito às regras de conduta que o cargo impõe e, diante uma realidade cristalina, paupavel pelo uso concreto e repetido do tema em seus comícios. Revela desequilíbrio, insegurança, falta de compostura, respeito ao ambiente e terceiros à volta. Talvez agrade a uns poucos fanáticos companheiros bajuladores. Estes, não se confundem com o povo, porque verdadeiramente, não são, o comum de nós. - Paulo Mendes – Economista.
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