O paradoxo político
A cada nova crise que afeta o mundo econômico, ressurgem as idéias simplórias e sonhos da esquerda mais radical, de que o capitalismo, o pensamento político pautado na filosofia antiestatizante, voltada para os mercados e, mais presentemente, as idéias neo-liberais, estariam fadadas ao naufrágio inapelável, sepultando-se de vez, quaisquer perspectivas de recuperação. Não foi diferente no limiar da atual crise que teve como epicentro, mercados financeiros de nações economicamente desenvolvidas e poderosas. Aqui e acolá, verberações ideológicas e manifestações utópicas, chegaram a celebrar réquiens à suposta derrocada, antes mesmo que os limites da crise fossem clara, qualitativa e quantitativamente delineados. No ambiente de incertezas que abalou a credibilidade dos agentes econômicos e do publico na dinâmica dos mercados, provocou a débâcle de meia dúzia de instituições financeiras seculares e, submeteu a situações vexatórias emblemáticos símbolos do segmento produtivo, poder-se-ia vis...