Puxa e estica...
A situação da área econômica no Planalto, nunca esteve tão complexa quanto nos últimos meses pos deflagração da crise econômica. Observa-se uma mudança radical de cenários, antes, delineados por uma posição confortável - reservas cambiais em alto nível, taxa de juros elevadas, arrecadação batendo recordes, balança comercial em expansão, superávit primário em ascensão.
Os reveses provocados pela necessidade de adoção de medidas anticiclicas, para combater os sinais concretos de uma recessão – liberação parcial de compulsório, redução gradativa das taxas de juros, queda continuada de arrecadação complicada pela redução de impostos em algumas áreas criticas, resultados preocupantes na balança comercial, queda acentuada do superávit primário (caiu para 2,28% do PIB) – trouxeram uma nova realidade, com a qual o atual governo não havia se defrontado ao longo do seu curso. Um “freio de arrumação” e tanto, no ambiente de bonança ate então vivenciado.
Por conta da nova experiência, algumas medidas foram erráticas a principio, mais por falta de um plano bem estruturado para enfrentar turbulências, do que pela falsa impressão que a crise não nos atingiria. O aparente “otimismo” – ate certo ponto irresponsável - cedeu lugar a um novo discurso, na tentativa de minimizar as conseqüências aparentes e indisfarçáveis. A “dor de cabeça” dos gestores econômicos, chegou a contaminar projetos políticos, resguardados nos bastidores, por razões obscuras.
Quando encontrava alguém com uma dor de cabeça, meu pai, repetia uma frase irônica, herdada de meu avô: “Arrume um pau na cabeça; quando a dor maior passar, a dor menor também passara”. Apesar da dimensão da crise, ninguém em sã consciência pode deixar de reconhecer que, a maior dor de cabeça no Planalto, não é a crise em si; mas, seus efeitos sobre projetos políticos futuros, acalentados na “pré-crise”, com indisfarçável confiança e, que se viram em estado de deterioração, à medida em que a situação política migrou de “confortável” para “preocupante”.
E não é que a “paulada na cabeça” aconteceu ? Veio sob a forma da tumultuada “crise do Senado”; uma oportunidade impar, para o Presidente “enquadrar” de uma so cajadada, os “alvoroçados” do seu partido e de partidos “anexos”. Enquanto esta crise que a midia tornou maior, for aos poucos disseminada, a verdadeira “crise econômica”, vai se tornando secundaria.
Um expediente perigoso, sem duvida, mas, que abre o precedente para posturas parcimoniosas, como por exemplo, o necessário ataque aos gastos públicos crescentes, que comprometem o esforço fiscal do governo. E a “farra do Senado”, se contida, pode se converter em núcleo motivador – principalmente, se atingir o ambiente de troca de favores, que multiplicam a gastança no setor publico.
O momento de taxas de juros mais baixas (reduzindo a despesa com juros da divida), contribui para que a redução acentuada do superávit primário, não provoque elevação descontrolada do déficit nominal. No âmbito da economia real, resta o governo ter coragem, para reduzir a carga insuportável incidente sobre as folhas de pessoal, incentivando a manutenção de empregos e, amplie a redução da carga tributaria a outros setores também carentes, alem dos “privilegiados” ate então – industria automotiva, construção civil e eletro-domesticos. A agricultura e pecuária, por exemplo, esperam ansiosos um olhar técnico do governo, a quem tanto tem contribuído para manter nossa balança comercial superavitária.
No “puxa-estica” da política e da economia, espera-se o necessário equilíbrio e racionalidade, para não desandar o caldo... – Paulo Mendes - Economista
Os reveses provocados pela necessidade de adoção de medidas anticiclicas, para combater os sinais concretos de uma recessão – liberação parcial de compulsório, redução gradativa das taxas de juros, queda continuada de arrecadação complicada pela redução de impostos em algumas áreas criticas, resultados preocupantes na balança comercial, queda acentuada do superávit primário (caiu para 2,28% do PIB) – trouxeram uma nova realidade, com a qual o atual governo não havia se defrontado ao longo do seu curso. Um “freio de arrumação” e tanto, no ambiente de bonança ate então vivenciado.
Por conta da nova experiência, algumas medidas foram erráticas a principio, mais por falta de um plano bem estruturado para enfrentar turbulências, do que pela falsa impressão que a crise não nos atingiria. O aparente “otimismo” – ate certo ponto irresponsável - cedeu lugar a um novo discurso, na tentativa de minimizar as conseqüências aparentes e indisfarçáveis. A “dor de cabeça” dos gestores econômicos, chegou a contaminar projetos políticos, resguardados nos bastidores, por razões obscuras.
Quando encontrava alguém com uma dor de cabeça, meu pai, repetia uma frase irônica, herdada de meu avô: “Arrume um pau na cabeça; quando a dor maior passar, a dor menor também passara”. Apesar da dimensão da crise, ninguém em sã consciência pode deixar de reconhecer que, a maior dor de cabeça no Planalto, não é a crise em si; mas, seus efeitos sobre projetos políticos futuros, acalentados na “pré-crise”, com indisfarçável confiança e, que se viram em estado de deterioração, à medida em que a situação política migrou de “confortável” para “preocupante”.
E não é que a “paulada na cabeça” aconteceu ? Veio sob a forma da tumultuada “crise do Senado”; uma oportunidade impar, para o Presidente “enquadrar” de uma so cajadada, os “alvoroçados” do seu partido e de partidos “anexos”. Enquanto esta crise que a midia tornou maior, for aos poucos disseminada, a verdadeira “crise econômica”, vai se tornando secundaria.
Um expediente perigoso, sem duvida, mas, que abre o precedente para posturas parcimoniosas, como por exemplo, o necessário ataque aos gastos públicos crescentes, que comprometem o esforço fiscal do governo. E a “farra do Senado”, se contida, pode se converter em núcleo motivador – principalmente, se atingir o ambiente de troca de favores, que multiplicam a gastança no setor publico.
O momento de taxas de juros mais baixas (reduzindo a despesa com juros da divida), contribui para que a redução acentuada do superávit primário, não provoque elevação descontrolada do déficit nominal. No âmbito da economia real, resta o governo ter coragem, para reduzir a carga insuportável incidente sobre as folhas de pessoal, incentivando a manutenção de empregos e, amplie a redução da carga tributaria a outros setores também carentes, alem dos “privilegiados” ate então – industria automotiva, construção civil e eletro-domesticos. A agricultura e pecuária, por exemplo, esperam ansiosos um olhar técnico do governo, a quem tanto tem contribuído para manter nossa balança comercial superavitária.
No “puxa-estica” da política e da economia, espera-se o necessário equilíbrio e racionalidade, para não desandar o caldo... – Paulo Mendes - Economista
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