UM NOVO MODELO

Queiram ou não, os itabunenses estarão elegendo no próximo pleito, o administrador municipal, que vai encarar o centenário desta nossa cidade. Será que já se deram conta disto ?
Embora o centenário para uma cidade, não represente tanto, se compararmos às experiências até milenares de outras tantas, que ainda convivem com problemas de toda ordem, no caso de Itabuna, a questão deve nos levar a refletir.
Refletir principalmente, porque estamos no tempo certo para isso. A experiência recente dos últimos pleitos eleitorais, demonstra que, estivemos sempre presos a imagens pessoais de políticos de plantão, ou apegados a acordos e conchavos de agremiações partidarias, nem sempre tão políticos, a ponto de relegar a segundo plano, o que seria essencial – conhecer a priori, as propostas plausíveis, os programas de trabalho destes candidatos.
Uma rusga política ou fissura partidária aqui, uma denuncia ou traição acolá – terminavam por ser decisivas na eleição. É certo que, o eleitorado, indiscutivelmente, tem sido envolvido pelas questões personalistas dos candidatos, esquecendo-se que, antes de mais nada, é preciso avaliar e acreditar num plano de governo, nas intenções, objetivos e metas a alcançar, seja com este ou aquele pleiteante ao cargo de administrador da cidade onde vivemos e, para a qual, dedicamos nossas atenções e expectativas.
Corremos o risco de ser brindados na próxima campanha, por mais uma sucessão de malabarismos televisivos, engendrados por marqueteiros profissionais de plantão e sem qualquer compromisso com a coletividade, cujo resultado, fatalmente, é a lata do lixo após o pleito decidido. A experiência demonstra isso. Lembrem-se, por exemplo, das ultimas campanhas, onde a televisão teve papel decisivo, tanto no âmbito municipal, quanto estadual e federal. Por acaso, algumas das “maravilhas delineadas” no horário eleitoral foram cumpridas ? Certamente não, porque o compromisso de quem elaborou estes “programas”, era tão somente, com os interesses imediatos e pessoais do candidato contratante, para o qual, deveriam ser atraídos votos a qualquer custo.
Isso ocorreu e poderá voltar a ocorrer, porque os “programas forjados”, tinham por objetivo, tão somente, atrair e cativar o eleitorado, com um “jingle sugestivo”, um discurso cativante, um visual maquiado, ou até, uma melhor eloqüência para colocar os adversários em situações vexatórias.
Nada de concreto e objetivo, em termos de soluções para os inúmeros problemas que nos afligem, seja no campo da educação, da saúde, do transporte coletivo, da segurança, do emprego, e tantos outros que poderíamos enumerar.
Os debates... Ah! Os debates... Estes, quase sempre pautados pela baixaria, pelo denuncismo aleatório, ou pela melhor habilidade em esgrimir ofensas aos adversários. Nada de discussões produtivas, no sentido de mostrar ao eleitor, esta ou aquela alternativa de solução, este ou aquele projeto, que efetivamente venha a contribuir para o progresso e desenvolvimento da cidade. Poderíamos até supor que, o que move uma campanha política, não é propriamente, um projeto de construção de um futuro melhor para a cidade; mas sim, uma sucessão de “programas” destruidores, a desancar adversários, mostrando que eles “não prestam” e, que o melhor ou “menos pior”, é o Fulano ou Fulana.
Espera-se que, em homenagem ao próximo centenário da cidade, a campanha que se avizinha, não nos traga apenas “contos da Carochinha...”, e sim, reais propostas para trazer um novo modelo de desenvolvimento para a nossa cidade. E que vença o que melhor desenhar o cenário deste futuro tão esperado. Paulo Mendes – Economista.

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