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Mostrando postagens de setembro, 2010

Sonhos e pesadelos.

A mídia e as mais recentes pesquisas, repercutiram nos últimos dias da campanha eleitoral, sintomas negativos para a campanha da candidata governista à presidência, produzindo um novo cenário: o que parecia uma evolução crescente, converte-se numa expectativa incomoda de um segundo turno, imprevisível e indigesto. De um lado, prenuncia a perspectiva de abalos ao sonho dourado do atual governante, de conquistar ainda no primeiro turno, uma vitória avassaladora, impulsionada por sua inquestionável popularidade. Desenha-se para o governo, o pesadelo da repetição do ocorrido na ultima eleição de 2.006, quando, confrontado a um candidato sem “sabor” e carisma político, amargou ate o final das apurações, a sensação de uma derrota parcial, que obrigou à celebração de conchavos de toda ordem, para superar vulnerabilidades, e reverter o quadro, somente no segundo turno. Por outro lado, a campanha que parecia caminhar para um resultado de “favas contadas”, desandou o ritmo, e por conta de uma “o...

A criança e o doce.

Se você lembra dos tempos de criança, quando não tínhamos discernimento para decidir ou entender as coisas, nossas escolhas geralmente eram impostas pelos pais, e nem ao menos nos preocupávamos com o que acontecia à nossa volta, vai recordar: ao visitar uma casa estranha, geralmente nossas mães faziam severas recomendações, do tipo, “comporte-se dessa ou daquela forma”; “não se intrometa na conversa das pessoas”; “não aceite nada que lhe oferecerem, sem a permissão de sua mãe”... A criança, alienada, desprovida de iniciativa, submetida à “lavagem cerebral” que lhe tolhia qualquer informação alternativa, contrariando seus ímpetos e vontades, acabava submetendo-se às “imposições”, como se fosse um escravo subserviente, um animalzinho de estimação obediente e bem treinado. Este, era o “modelo” de comportamento esperado e imposto, ainda que a criança se defrontasse com a oferta de um delicioso doce de chocolate recheado de côco ou morango... Minha mãe contava um desses episódios em que, sa...

Favela Brasil.

Há talvez uns dois anos, assistimos pela TV, o funeral de um líder do trafico de drogas, que liderava a comunidade de uma das favelas cariocas. A reverencia, as manifestações, deixaram transparecer uma comunidade, que cultuava o líder, apesar de seu histórico de crimes. Comenta-se que esses lideres acabam sendo responsáveis por uma espécie de “governo paralelo”, nas comunidades onde vivem e atuam, convertendo-se em “protetores” daquele povo. Pouco tempo depois, assistimos outro episodio, no qual a comunidade manifestava-se de forma violenta, porque um dos lideres de facção criminosa, fora encurralado e preso. Infelizmente, estes fatos tem se tornado comuns nos últimos tempos. As pessoas, parecem ter-se submetido a uma verdadeira mutação alienígena, distanciando-se da lógica racional de comportamentos. Prevalece nesses casos, uma escala anormal de valores, na qual, os indivíduos parecem surdos, mudos e analfabetos em relação a princípios de conduta, moral, cidadania. As normas da socie...

Há algo de podre no “reino da Dinamarca...”

A tão conhecida frase, esta numa das traduções do Ato I, Cena 4, de Hamlet, de Shakespeare, um gênio que produziu algumas das mais famosas e clássicas obras do teatro. Embora produzida há tanto tempo, aplica-se como uma luva ao momento histórico-eleitoral que vivemos. Principalmente, porque esta sendo tratada como mera “frase de teatro”, apesar da gravidade dos fatos que inspiram sua repetição, no atual contexto. A platéia de eleitores, assiste passiva, entorpecida e inerte, ao desenrolar dos capítulos de uma novela de fatos escabrosos no âmbito dos núcleos mais elevados do governo. A tão decantada Casa Civil, ambiente mais próximo da Presidência, parece ter se convertido num “Teatro de Horrores”, face a sucessão de escândalos que a envolveram nos últimos anos. Convenientemente, mesmo os casos mais absurdos e evidentes, envolvendo figuras do alto escalão da Republica, foram até então, objeto ate de piadas, metáforas e argumentos malabaristicos, sempre na insistente desfaçatez que, obje...

Eleição “assobrejetica e camaleosa...”

Como diria o humorista Jose Vasconcelos, lembrando seu celebre discurso de um candidato pelo “PSJ”, Partido Sem Juscelino... Na atualidade, o famigerado “Horário Eleitoral”, tem revelado absurdos, que ate superam a criatividade de humoristas profissionais. A campanha eleitoral em curso, trouxe como de outras vezes, uma inovação complicadora, a tal “Ficha Limpa”. Não cabe questionar os méritos do projeto, que, indiscutivelmente, contribuira de alguma forma para afastar da “competição”, alguns políticos face seus antecedentes criminais ou corruptivos. Os objetivos são validos, na medida da memória limitada do eleitorado e, do desconhecimento de problemas que envolveram os candidatos, ora sob a mira de regras eleitorais inovadoras, mas que, trazem ainda certa desconfiança quanto à sua eficácia e aplicação complicada. Sem duvida, o celebrado direito à ampla defesa e contraditório, deve ser preservado indistintamente, por se constituir em principio ligado às garantias individuais, à liberda...

Bons ventos de lá, sombras daqui.

A velha ditadura de Fidel na Ilha de Cuba, já foi no passado, fantasiosamente retratada como uma espécie de “paraíso socialista”, por intelectuais, artistas, políticos e seguidores. A esquerda radical no Brasil, proclamando em prosa e verso, supostas maravilhas, que sonhavam implementar em nosso ambiente, ergueu bandeiras de luta pautadas na necessidade de “revolucionar nosso sistema”, migrando para a utópica ditadura proletária. Numa época em que, tínhamos acessos limitados a informações do nosso próprio Pais, o que dirá, de terras distantes, de onde as noticias, dados e comentários, eram filtrados, manipulados ou distorcidos, sempre me intrigou o fato inquestionável, de milhares de cubanos que “fugiam do tal paraíso”, enquanto nunca tivemos noticia de alguém que se dispusesse a mudar para lá em definitivo, nem mesmo, os brasileiros mais entusiastas e fervorosos adeptos da doutrina. Situação similar ao que ocorria no famigerado muro de Berlim. Alguém que visita a Disney nos EUA, volta...

Um novo tempo.

Pesquisas eleitorais, expressam num determinado momento, números frios, calculados, às vezes manipulados por conveniências ou interesses. Elas são divulgadas em profusão no curso das campanhas eleitorais, por um numero crescente e diversificado de institutos, em alguns casos para atender objetivos específicos. De algum modo, contribuem para influenciar, orientar e ate manipular o eleitorado. Mas, como reconhece a “sabedoria popular”, uma imagem vale mais que mil palavras. E varias imagens, podem retratar uma realidade incontestável. No andamento da atual campanha eleitoral, no campo majoritário, observa-se em relação aos dois candidatos de ponta, que as imagens tem sido mais incisivas que as próprias pesquisas. De um lado, um candidato que se anunciava melhor preparado, apresenta sintomas faciais claros de desanimo e apreensão. De outro, uma candidata de quem se esperava dificuldades de postura e desempenho na campanha, aparecendo fagueira, confiante, bem falante, decidida. Não vamos i...