O “super prefeito”

No ultimo domingo, lembrei a canção de ninar: “Boi da cara preta”, tocada numa emissora de TV em Salvador, nos anos 70, ao encerrar sua programação. Por conta do que vi na TV, naquela noite, a melodia era a mesma, mas, a letra era diferente: “Mão, mão, mão/ Mão suja de preto/ Pega no pré-sal/ o petróleo escondido/ Não, não, não/ Petrobrás não tem heranças/ Vamos gastar o dinheiro/ Para educar nossas crianças...”

Ih !, mas isso não tem nada a ver com o que vou escrever... Ou tem ?

Fico intrigado com alguns candidatos e candidatas a prefeito(a), que insistem em afirmar: “sem o Presidente Lula”, ninguém vai fazer nada. Lembro nos velhos tempos de criança, de certos fulanos e fulanas, que quando se encontravam em alguma dificuldade ou ameaça, “chamavam pelo irmão ou irmã mais velhos”. E a galera gritava: “Bocó, você não se garante, não tem coragem e não sabe fazer nada sozinho...!”

Certamente, por isso, tantos candidatos e candidatas, estão tentando “colar” suas imagens; ora um diz que foi vizinho do “homi”, ora outra que é “cumade”, aparece um com uma fotografia velha abraçado, e não duvidem, vai acabar aparecendo outro ou outra, que vai dizer: “Lembram daquele caminhão que levou o “retirante” para São Paulo ? Eu estava lá também... É um tal de puxa e estica que não tem fim.

Ficamos sem saber afinal, quem é “assim com o homi”, companheiro, cumpade, ou estava apenas passando na hora da foto.

Imaginem se de repente, elegermos mais de 5.500 prefeitos, enrabichados com o guru ! No dia primeiro de janeiro de 2.009, terá de assumir mais de 5.500 prefeituras, porque os eleitos não vão saber fazer nada sozinhos. Significa dizer que, o “Super Prefeito”, vai passar um dia num Município, e só poderá retornar lá, mais de quinze anos depois... Durante esse tempo, vamos ficar à deriva, sem ações, porque como sugerem alguns candidatos e candidatas em suas campanhas, ninguém vai fazer nada, sem o Presidente ali, colado. Ou, vão “fazer muito mais”: ficar esperando as verbas, os projetos, as obras, o trem...

É certo que em matéria de Município, o Presidente parece não ter lá grandes predileções e disposições. Basta lembrar suas promessas para Caetés, em Pernambuco, sua terra natal, que seria convertido em “Município Modelo”; hoje, mais de seis anos depois, pouco ou quase nada mudou; não resiste sequer a uma comparação por exemplo, com o que foi feito no Município de Luiz Eduardo Magalhães; este sim, galgou um ritmo de crescimento e desenvolvimento dignos de admiração – o xodó do velho ACM.

Mas daí a chegar ao absurdo de espalharem boatos, que o Presidente é “vingativo e raivoso” e vai virar um “cramulhão”, se elegerem algum candidato “descolado”... cancelar o bolsa família, secar os rios, fechar os restaurantes populares, fazer chover canivete, não mandar verba nenhuma... Quanta heresia, quanta idiotice, próprias de mentes desumanas; nem ao menos respeitam os bons propósitos, o caráter de um dirigente de todos os brasileiros que prega a filosofia do “paz e amor”.

Isso nos leva a lembrar que, infelizmente, o Presidente também tem e teve, alguns “falsos amigos e amigas”, de más recordações para ele e para o povo – todos se diziam “assim com o homi”, mas nem por isso, deixaram de envergonhá-lo, por conta de verdadeiros vandalismos e corrupção. Embora ele nunca tenha “ouvido, sabido ou visto nada”.

Como saber a real diferença nesta hora, entre amigos e amigas do bem ou do mal, se nós somos apenas meros eleitores, que nem temos “grampos” para ouvir nada ?

Te cuida Itabuna. Senão, o “Boi da Cara Preta” pode te pegar... Em política, amizades e apoios não significam certeza de nada.

Paulo Mendes – Economista.

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