O discurso do atraso
Já de muito tempo, tornou-se indiscutível que, a economia das Nações é extremamente dinâmica, principalmente a partir da constatação dos vários fatores sociais, políticos, tecnológicos, climaticos e, obviamente econômicos, que interferem no processo. A economia, não pode ser mais vista, como um departamento estanque, que opera à revelia dos fatos à sua volta: ela influencia e é influenciada, podendo sofrer mutações imprevisíveis, que dificilmente podem ser previstas no contexto restrito dos modelos formulados, pelas bases teóricas.
Ate mesmo, complexas simulações, ainda que amparadas em recursos científicos e tecnológicos disponíveis, nas ultimas décadas, podem apresentar distorções imperceptíveis. O que, chegou a colocar em xeque, as lógicas do planejamento econômico, principalmente, no longo prazo, a ponto de ser objeto de criticas contundentes.
O Brasil viveu nas ultimas décadas, varias experiências de planejamento de longo prazo, dentre estas, Plano de Metas, PNDs sucessivos, e outras, que a pratica as determinou fadadas ao insucesso, ou resultados limitados. A questão crucial é que, tais modelos de planejamento, em pouco ou nada, se adaptaram à dinâmica econômica, cada vez mais surpreendente.
A recente experiência do PAC – o tão decantado Plano de Aceleração do Crescimento, não está fugindo à regra. A consolidação gradativa de dados e resultados, desde sua deflagração, demonstra a falta de correlação entre a teoria e a pratica. Aqui ou acolá, descontados o “êxtase” e a “exaltação” governamental, pode-se vislumbrar alguns resultados de importância secundaria. No geral, pesam criticas ao limitado aporte de recursos e, a inexplicáveis atrasos. Para complicar, a crise econômica que ainda sequer estabeleceu parâmetros definidos de impactos, representa uma mudança radical nos rumos da nossa economia e, da economia externa.
O discurso ou bravata oficial, afiançando que o PAC será mantido inalterado, é no mínimo, bisonho e desfocado da nova realidade da economia nacional e mundial. A grave e substancial reversão no ritmo da economia, no ultimo trimestre de 2.008 e inicio de 2.009, nos fazem lembrar a configuração detestável de um “vôo da galinha”.
Em suma, o PAC, na sua concepção original, não acelerou nada (estivemos nos anos recentes, competindo, pasmem, com os níveis de crescimento do PIB do Haiti), nem ao menos representou base sedimentada para resistir ao primeiro vendaval (a economia brasileira, está sendo retratada, como uma das mais contundentes vitimas da crise).
Como diria Nietzsche: “Será possível ! Estes governantes, em sua jornada de palanques eleitorais, ainda não ouviram dizer que o PAC morreu ?”
O que se faz presente e necessário, de forma objetiva e pratica, apesar de razoável e preocupante atraso, é a revisão e reformulação dos planos, com a idealização imediata, de um “PRC – Plano de Recuperação do Crescimento” ! O PAC, já não admite sequer discussão de seus méritos ou deméritos; vivemos uma nova realidade e, são imprescindíveis mudanças praticas, já, ontem, ou ante ontem. Não podemos continuar embevecidos e iludidos, com uma concepção fantasmagórica, que faz parte da velha economia. O “PRC” necessário, não pode se limitar a um mero conjunto de obras, enumeráveis a cada campanha eleitoral ou inauguráveis às vésperas de cada eleição. Deve contemplar como condições indispensáveis, reformas estruturais inadiáveis, política, tributaria e trabalhista, além de revisão da política monetária, para acelerar a queda dos juros, reabilitar o credito e investimentos.
Ou optamos por uma nova concepção econômica, mais ágil e ampla, ou continuaremos a ouvir o “mantra”: PAC, PAC, PAC... ou o lastimavel, “có, có, có, ricó...”
Paulo Mendes - Economista
Ate mesmo, complexas simulações, ainda que amparadas em recursos científicos e tecnológicos disponíveis, nas ultimas décadas, podem apresentar distorções imperceptíveis. O que, chegou a colocar em xeque, as lógicas do planejamento econômico, principalmente, no longo prazo, a ponto de ser objeto de criticas contundentes.
O Brasil viveu nas ultimas décadas, varias experiências de planejamento de longo prazo, dentre estas, Plano de Metas, PNDs sucessivos, e outras, que a pratica as determinou fadadas ao insucesso, ou resultados limitados. A questão crucial é que, tais modelos de planejamento, em pouco ou nada, se adaptaram à dinâmica econômica, cada vez mais surpreendente.
A recente experiência do PAC – o tão decantado Plano de Aceleração do Crescimento, não está fugindo à regra. A consolidação gradativa de dados e resultados, desde sua deflagração, demonstra a falta de correlação entre a teoria e a pratica. Aqui ou acolá, descontados o “êxtase” e a “exaltação” governamental, pode-se vislumbrar alguns resultados de importância secundaria. No geral, pesam criticas ao limitado aporte de recursos e, a inexplicáveis atrasos. Para complicar, a crise econômica que ainda sequer estabeleceu parâmetros definidos de impactos, representa uma mudança radical nos rumos da nossa economia e, da economia externa.
O discurso ou bravata oficial, afiançando que o PAC será mantido inalterado, é no mínimo, bisonho e desfocado da nova realidade da economia nacional e mundial. A grave e substancial reversão no ritmo da economia, no ultimo trimestre de 2.008 e inicio de 2.009, nos fazem lembrar a configuração detestável de um “vôo da galinha”.
Em suma, o PAC, na sua concepção original, não acelerou nada (estivemos nos anos recentes, competindo, pasmem, com os níveis de crescimento do PIB do Haiti), nem ao menos representou base sedimentada para resistir ao primeiro vendaval (a economia brasileira, está sendo retratada, como uma das mais contundentes vitimas da crise).
Como diria Nietzsche: “Será possível ! Estes governantes, em sua jornada de palanques eleitorais, ainda não ouviram dizer que o PAC morreu ?”
O que se faz presente e necessário, de forma objetiva e pratica, apesar de razoável e preocupante atraso, é a revisão e reformulação dos planos, com a idealização imediata, de um “PRC – Plano de Recuperação do Crescimento” ! O PAC, já não admite sequer discussão de seus méritos ou deméritos; vivemos uma nova realidade e, são imprescindíveis mudanças praticas, já, ontem, ou ante ontem. Não podemos continuar embevecidos e iludidos, com uma concepção fantasmagórica, que faz parte da velha economia. O “PRC” necessário, não pode se limitar a um mero conjunto de obras, enumeráveis a cada campanha eleitoral ou inauguráveis às vésperas de cada eleição. Deve contemplar como condições indispensáveis, reformas estruturais inadiáveis, política, tributaria e trabalhista, além de revisão da política monetária, para acelerar a queda dos juros, reabilitar o credito e investimentos.
Ou optamos por uma nova concepção econômica, mais ágil e ampla, ou continuaremos a ouvir o “mantra”: PAC, PAC, PAC... ou o lastimavel, “có, có, có, ricó...”
Paulo Mendes - Economista
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