O marketing e a arte de vencer sem precisar usar a espada






“A guerra tem regras. A luta livre na  lama tem regras. A política não tem regras”. Ross Perot – candidato a presidência  dos Estados Unidos da América


A dúvida sobre a questão se Sun Tzu existiu de verdade ou é uma mera figura lendária ou um mito que se sobrepôs ao tempo, mas cujos ensinamentos nos foram transmitidos ao longo de mais de 2,5 mil anos, não importa e é até irrelevante. O fato concreto evidenciado no livro Marketing e a Guerra – Sun Tzu e a arte de vencer sem usar a espada, de Kleber Torres, publicado na Amazon, é que os seus conhecimentos têm aplicações no campo militar, no mundo corporativo e até em ações na vida cotidiana ou mesmo no conturbado e insólito setor político, onde o cenário é de nuvens que mudam a todo o momento ao sabor dos ventos e das circunstâncias compondo um cenário permanentemente aleatório e mutante.

Tomando como referência Machado de Assis, o marketing político equivaleria em termos metafóricos a uma guerra, cujas batatas e cobranças seriam a preço que recairia sobre justamente os perdedores e não aos vencedores com seus lauréis. Neste embate também aparecem implícitas duas características inerentes ao mundo militar: o planejamento e a estratégia, que se encaixam como uma luva quer no marketing político, corporativo ou pessoal.

Marketing e a Guerra mostra, em realidade, que os textos legados por Sun Tzu remontam a uma época turbulenta de consolidação do império chinês e o seu legado chega ao nosso tempo ganhando aplicabilidade até mesmo no dia a dia das pessoas e no âmbito empresarial. A sabedoria oriental encontra aplicabilidade ainda no liquido universo virtual da pós-modernidade com as suas inconsistências e diacronias, num tempo marcado por radicais mudanças tecnológicas e culturais, com a prevalência do transitório e do circunstancial.

Vale salientar ainda, que a Arte da Guerra reúne em seu bojo um conjunto de normas, lendas, fábulas ou exemplos históricos, associados a   anotações, explicações, interpretações acadêmicas ou não, mas que nos remetem a uma releitura da cultura oriental e ao mesmo tempo  nos colocam em um diálogo hipertextual com Sun Tzu. 

Esse conhecimento chegou até nós ocidentais através dos estudos do jesuíta francês Amiot, no século XVIII e das traduções inglesas de Lionel Giles e  Samuel Griffith, que se complementam entre si, nos legando uma contribuição inestimável. Eles nos remetem a um mergulho num conhecimento das fraquezas e virtudes humanas e nos dão ao mesmo tempo um roteiro metafórico para o enfrentamento ou solução de problemas.

Sem dúvida tudo isso  ganhou uma dimensão ainda maior a partir do movimento de contracultura, que resgatou para nós o milenar conhecimento oriental a partir do zen, do budismo, do confucionismo e dos princípios do yin e yang, dois conceitos básicos do taoismo que expõem a dualidade de tudo que existe no universo e na vidaO livro traz referências complementares ainda ao Gorin no Sho (O Livro dos Cinco Anéis), do samurai out-law Miyamoto Musachi, que nos legou seus ensinamentos.




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