Paradoxos e contradiçoes.
Já se tornou lugar comum, afirmar que o segundo turno de uma eleição, é uma nova eleição, com embates diferentes e uma campanha polarizada.
Na atual eleição, embora uma candidata ousasse proclamar que: “Nem Cristo lhe tiraria a vitória”, a surpresa do segundo turno, revela que “há mais mistérios entre o céu e a terra, do que pode imaginar nossa vã filosofia...”. Pelo menos, contrariando a filosofia dela, o Cristo, lá do alto de suas reflexões, deve ter proclamado: “Em verdade, em verdade vos digo, que é mais fácil uma pobre e coitada ex-seringalista, conquistar os corações do povo, do que uma prepotente apressada chegar ao planalto...”.
São crenças simples e básicas, que alguém que sempre militou, com méritos que insiste exaltar, pautada na idéia que “a religião é o ópio do povo”, não consegue compreender.
Mas, ultrapassada a ressaca psicológica de um reves inesperado, a campanha nos traz novos paradoxos e contradições terrenas e materiais:
Em primeiro plano, o Presidente Lula, patrono pessoal e individual desta candidatura, construiu toda uma carreira de sindicalista e político, chegando ao ápice, deitando falação e vitupérios contra os ditadores da época. Entronizado na função de mandatário maior, adota uma política externa de estranhas coalizões, justamente com alguns dos mais controvertidos ditadores do presente e, de confrontações com os supostos “imperialistas”.
Paradoxalmente, ao exaltar o que seriam méritos da sua candidata no cenário internacional, exibem na propaganda eleitoral, a candidata sendo recebida por Sarkosi e Obama – lideres de nações que simbolizam a suposta “opressão às nações mais pobres...”. Não custa lembrar que, ambos, eleitos sob o manto da esperança de grandes realizações internas, enfrentam manifestações e protestos dos trabalhadores e queda de popularidade, nos seus respectivos governos. Não seria mais lógico, sensato e coerente, posar com o Arhmadinejade ou Hugo Chaves, tão cortejados pelo atual governo?
Num segundo plano, a candidata exalta como “condição de governabilidade”, o fato de contar com maioria expressiva nas duas casas do Congresso, se eleita para o próximo mandato. Situação inversa à que enfrentou seu patrono quando eleito e, que coloca em xeque sua propalada habilidade política, de conviver com as oposições. Fica a duvida: teve habilidade para superar a adversidade e capacidade de convencer os oponentes, ou comodamente teve de recorrer ao controvertido mensalão, para tocar um bom governo? A propaganda em si, é controversa e desmerece as habilidades políticas de quem quer que seja o novo administrador. Um verdadeiro tiro no pé...
Num terceiro episodio, a candidata resolveu “desconstruir” a imagem amena e equilibrada de profissional eficiente, cantada em prosa e verso no curso da campanha, invertendo pólos, no primeiro debate do segundo turno. Mostrou-se contundente e ate agressiva nas suas participações. Tais posturas, são problemáticas, porque de um lado, para o “publico interno” – a militância, podem soar como um “grito de guerra” para animar a torcida. Mas, atingem também o publico em geral que, diante imagens televisivas, tendem a chocar-se e não aceitar positivamente. Lembram-se do Alkmin, no segundo turno da eleição passada? Partiu para o ataque de forma esgarçada – deu no que deu.No plano paralelo, a campanha desandou a fustigar temas que afetam as crenças religiosas, de um eleitorado que se imaginava cativo e submisso. Lembro de ter lido em algum lugar, que um certo líder soviético, no auge da guerra fria que confrontava as duas maiores potencias de então, teria afirmado: “Há três coisas que dificilmente o comunismo superará: a Igreja (simbolizando a religião), a Coca Cola (símbolo maior do capitalismo à época) e, a Maçonaria (símbolo das organizações milenares, que nunca se deixaram curvar na historia)”. Quem quer que as tenha pronunciado, foram sabias palavras. A potente URSS, se foi, aniquilada por suas contradições. Os dogmas de fé, perduram. Não custa lembrar que: “A fé move montanhas”. Move “serras” também. E faz tremer “planaltos”.
Na atual eleição, embora uma candidata ousasse proclamar que: “Nem Cristo lhe tiraria a vitória”, a surpresa do segundo turno, revela que “há mais mistérios entre o céu e a terra, do que pode imaginar nossa vã filosofia...”. Pelo menos, contrariando a filosofia dela, o Cristo, lá do alto de suas reflexões, deve ter proclamado: “Em verdade, em verdade vos digo, que é mais fácil uma pobre e coitada ex-seringalista, conquistar os corações do povo, do que uma prepotente apressada chegar ao planalto...”.
São crenças simples e básicas, que alguém que sempre militou, com méritos que insiste exaltar, pautada na idéia que “a religião é o ópio do povo”, não consegue compreender.
Mas, ultrapassada a ressaca psicológica de um reves inesperado, a campanha nos traz novos paradoxos e contradições terrenas e materiais:
Em primeiro plano, o Presidente Lula, patrono pessoal e individual desta candidatura, construiu toda uma carreira de sindicalista e político, chegando ao ápice, deitando falação e vitupérios contra os ditadores da época. Entronizado na função de mandatário maior, adota uma política externa de estranhas coalizões, justamente com alguns dos mais controvertidos ditadores do presente e, de confrontações com os supostos “imperialistas”.
Paradoxalmente, ao exaltar o que seriam méritos da sua candidata no cenário internacional, exibem na propaganda eleitoral, a candidata sendo recebida por Sarkosi e Obama – lideres de nações que simbolizam a suposta “opressão às nações mais pobres...”. Não custa lembrar que, ambos, eleitos sob o manto da esperança de grandes realizações internas, enfrentam manifestações e protestos dos trabalhadores e queda de popularidade, nos seus respectivos governos. Não seria mais lógico, sensato e coerente, posar com o Arhmadinejade ou Hugo Chaves, tão cortejados pelo atual governo?
Num segundo plano, a candidata exalta como “condição de governabilidade”, o fato de contar com maioria expressiva nas duas casas do Congresso, se eleita para o próximo mandato. Situação inversa à que enfrentou seu patrono quando eleito e, que coloca em xeque sua propalada habilidade política, de conviver com as oposições. Fica a duvida: teve habilidade para superar a adversidade e capacidade de convencer os oponentes, ou comodamente teve de recorrer ao controvertido mensalão, para tocar um bom governo? A propaganda em si, é controversa e desmerece as habilidades políticas de quem quer que seja o novo administrador. Um verdadeiro tiro no pé...
Num terceiro episodio, a candidata resolveu “desconstruir” a imagem amena e equilibrada de profissional eficiente, cantada em prosa e verso no curso da campanha, invertendo pólos, no primeiro debate do segundo turno. Mostrou-se contundente e ate agressiva nas suas participações. Tais posturas, são problemáticas, porque de um lado, para o “publico interno” – a militância, podem soar como um “grito de guerra” para animar a torcida. Mas, atingem também o publico em geral que, diante imagens televisivas, tendem a chocar-se e não aceitar positivamente. Lembram-se do Alkmin, no segundo turno da eleição passada? Partiu para o ataque de forma esgarçada – deu no que deu.No plano paralelo, a campanha desandou a fustigar temas que afetam as crenças religiosas, de um eleitorado que se imaginava cativo e submisso. Lembro de ter lido em algum lugar, que um certo líder soviético, no auge da guerra fria que confrontava as duas maiores potencias de então, teria afirmado: “Há três coisas que dificilmente o comunismo superará: a Igreja (simbolizando a religião), a Coca Cola (símbolo maior do capitalismo à época) e, a Maçonaria (símbolo das organizações milenares, que nunca se deixaram curvar na historia)”. Quem quer que as tenha pronunciado, foram sabias palavras. A potente URSS, se foi, aniquilada por suas contradições. Os dogmas de fé, perduram. Não custa lembrar que: “A fé move montanhas”. Move “serras” também. E faz tremer “planaltos”.
Comentários