Futuro preocupante
Alguém poderia definir qual o pior dos escândalos que estouraram nas ultimas semanas? Certamente, fica difícil a essa altura, identificar dentre tantos episódios lamentáveis, ocorridos nos poderes da republica (castelos surgidos não se sabe como, passagens aéreas usadas à revelia de qualquer moralidade publica, empregadas pagas com dinheiro publico, ou quem sabe ate, o bate boca de baixo nível, entre magistrados supremos, no palco do templo de nosso Poder Judiciário).
Sempre restarão duvidas quanto à verdadeira dimensão dos fatos. Suas conseqüências, em tese, guardarão os mesmos padrões dos exemplos anteriores: mensalão, dinheiro na cueca, golpes na previdência, negociatas de toda ordem, etc, etc. Resta-nos tão somente, a indignação, quando contemplamos uma seqüência interminável de ocorrências, que enlameiam os entes de governo do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário, poderes constituídos, sob o manto de princípios elevados, doutrinas recheadas de moralidade e destinações relevantes. Tudo relegado à mera condição de “cartas de boas intenções”. A teoria, se distancia cada vez mais, da pratica.
Mas dentre todos episódios divulgados recentemente, um deles, alem da indisfarçável indignação, causou-me serias preocupações: o caso de estudantes indevidamente beneficiados com recursos do PROUNI, recursos estes destinados às classes realmente carentes, mas, que segundo noticias divulgadas, estariam sendo usados por proprietários de veículos caríssimos.
A noticia, me fez recordar dois episódios do passado: o primeiro, similar a este, envolvendo estudantes, à época filiados ao “Credito Educativo” e, que usavam estes recursos para viagens à Disneylandia.
O segundo, aconteceu num meio dia, quando da janela do apartamento onde morávamos em Salvador, eu e me pai, ficamos indignados com a quantidade de veículos oficiais, que transportavam estudantes, no horário de saída, do velho Colégio Maristas.
Lembro as palavras de meu pai: “Imagine o exemplo que estes pais, funcionários públicos e politicos, estão dando a seus filhos, com o uso indevido de veículos oficiais”.
Estes fatos aconteceram há cerca de 30 anos. Imagino que, eventualmente, alguns daqueles garotos, moldados pelo exemplo de seus pais, hoje podem estar ocupando cargos políticos, e quem sabe, envolvidos nestas recentes manchetes escabrosas. A “escola imoral” e “a falta de princípios” que lhes foram transmitidos, não poderiam resultar em nada diferente.
Voltando ao caso do PROUNI, preocupa-me o futuro sombrio dessa nova geração, que já começa suas vidas, envolvendo-se em escândalos. Num futuro próximo, poderão ser os executivos, parlamentares ou magistrados, que comporão os Poderes da nossa Nação.
Péssimos exemplos, e a crença na impunidade, não lhes falta, nem faltará. A “res publica” – a coisa publica, converte-se num patrimônio à disposição de deserdados da honra, militantes das maracutais, obreiros dos desserviços ao povo. Não há limites nem controles plausíveis, enquanto a sociedade como um todo, não decidir recuperar a cidadania plena, que envolve também, a necessidade de reverter esse quadro lamentável de desregramento.
A democracia, ainda que não moldada à perfeição e plenitude, tem se revelado o caminho alternativo mais adequado para condução das sociedades. No passado, homens e mulheres nobres em caráter e honra, derramaram sangue para conquista-la; subjugaram ditadores e os absolutistas de então, em cada época. Hoje, no Brasil, estamos nos deixando subjugar pelo “absolutismo” dos que dominam a coisa publica, como se fosse um patrimônio particular, à revelia dos princípios que nortearam os bons propósitos, daqueles que nos legaram a possibilidade de viver num mundo melhor. – Paulo Mendes – Economista.
Sempre restarão duvidas quanto à verdadeira dimensão dos fatos. Suas conseqüências, em tese, guardarão os mesmos padrões dos exemplos anteriores: mensalão, dinheiro na cueca, golpes na previdência, negociatas de toda ordem, etc, etc. Resta-nos tão somente, a indignação, quando contemplamos uma seqüência interminável de ocorrências, que enlameiam os entes de governo do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário, poderes constituídos, sob o manto de princípios elevados, doutrinas recheadas de moralidade e destinações relevantes. Tudo relegado à mera condição de “cartas de boas intenções”. A teoria, se distancia cada vez mais, da pratica.
Mas dentre todos episódios divulgados recentemente, um deles, alem da indisfarçável indignação, causou-me serias preocupações: o caso de estudantes indevidamente beneficiados com recursos do PROUNI, recursos estes destinados às classes realmente carentes, mas, que segundo noticias divulgadas, estariam sendo usados por proprietários de veículos caríssimos.
A noticia, me fez recordar dois episódios do passado: o primeiro, similar a este, envolvendo estudantes, à época filiados ao “Credito Educativo” e, que usavam estes recursos para viagens à Disneylandia.
O segundo, aconteceu num meio dia, quando da janela do apartamento onde morávamos em Salvador, eu e me pai, ficamos indignados com a quantidade de veículos oficiais, que transportavam estudantes, no horário de saída, do velho Colégio Maristas.
Lembro as palavras de meu pai: “Imagine o exemplo que estes pais, funcionários públicos e politicos, estão dando a seus filhos, com o uso indevido de veículos oficiais”.
Estes fatos aconteceram há cerca de 30 anos. Imagino que, eventualmente, alguns daqueles garotos, moldados pelo exemplo de seus pais, hoje podem estar ocupando cargos políticos, e quem sabe, envolvidos nestas recentes manchetes escabrosas. A “escola imoral” e “a falta de princípios” que lhes foram transmitidos, não poderiam resultar em nada diferente.
Voltando ao caso do PROUNI, preocupa-me o futuro sombrio dessa nova geração, que já começa suas vidas, envolvendo-se em escândalos. Num futuro próximo, poderão ser os executivos, parlamentares ou magistrados, que comporão os Poderes da nossa Nação.
Péssimos exemplos, e a crença na impunidade, não lhes falta, nem faltará. A “res publica” – a coisa publica, converte-se num patrimônio à disposição de deserdados da honra, militantes das maracutais, obreiros dos desserviços ao povo. Não há limites nem controles plausíveis, enquanto a sociedade como um todo, não decidir recuperar a cidadania plena, que envolve também, a necessidade de reverter esse quadro lamentável de desregramento.
A democracia, ainda que não moldada à perfeição e plenitude, tem se revelado o caminho alternativo mais adequado para condução das sociedades. No passado, homens e mulheres nobres em caráter e honra, derramaram sangue para conquista-la; subjugaram ditadores e os absolutistas de então, em cada época. Hoje, no Brasil, estamos nos deixando subjugar pelo “absolutismo” dos que dominam a coisa publica, como se fosse um patrimônio particular, à revelia dos princípios que nortearam os bons propósitos, daqueles que nos legaram a possibilidade de viver num mundo melhor. – Paulo Mendes – Economista.
Comentários