“Cada um no seu quadrado”
A terça-feira, dia 20/01/2.009, poderia ser apenas, mais um dia como quaisquer outros tantos. Afinal, de novidade, tivemos apenas a posse de mais um presidente dos EUA.
Mas, a mídia e a própria nação americana, resolveram convertê-lo numa espécie de marco, início de uma esperada epopeia, pelo fato de termos um primeiro presidente afro-descendente, que foi guindado por uma nação dividida eleitoralmente, à condição de uma espécie de “salvador da pátria”. Muito ao estilo norte americano, um povo acostumado a transformar em paradas, desfiles monumentais, e superproduções, tudo que sirva para exaltar o caráter de super-potência militar e econômica, que atingiram e mantiveram nas últimas décadas.
As revistas de quadrinhos, nas bancas, os desenhos animados e filmes na TV, atestam a proliferação de super-herois, que povoaram o imaginário norte americano desde os tempos de Búfalo Bill, Wyatt Earp, passando pelo Super-Homem, Batman, etc. Conseguiram ainda produzir a façanha de exportar seus “super-herois”, além fronteiras, convertendo-os em milhões de dólares, nas fábricas de sonhos hollywoodianas.
Acompanhei durante o dia, horas e horas de transmissões via satélite, da exibição do novo “especimem”, submetido à visitação pública local de cerca de dois milhões de curiosos, e outros tantos milhões via TV.
A festa em si, foi fantástica: um fervilhar de democracia e uma proclamação em prol da esperança. O episódio, exaltado por quantos comentaristas o analisaram, e ainda analisam, foi e continua sendo objeto de lucubrações e especulações de toda ordem.
Indiscutivelmente, a nova posse suplantou em populismo, as últimas ocorridas na “White House”. O Capitólio, a tempos não era alvo de tamanhas manifestações, acompanhadas atentamente pelo mundo. Não podemos esquecer que, a partir da segunda guerra mundial, a posse de qualquer novo presidente nos EUA, desperta atenções globais. Desde então, um mero espirro por lá, alastra-se como pneumonia pelo mundo afora. Os “yankees” (e agora também, os ex-kenyanos”), conseguiram se transformar nos “caras...”! Mesmo dentro do redemoinho de uma baita crise.
De todas as manifestações do dia, como não poderia deixar de ser, o discurso do novo presidente, era a mais esperada. Barack Hussein Obama, falou de forma incisiva, criticou seu antecessor, e ao meu ver, limitou-se a uma fervorosa proclamação doméstica, conclamando seus compatriotas ao trabalho difícil de reconstrução e sacrifícios. Lembrou a necessidade de amizade com as nações e outros povos, mas não disfarçou a prepotência, ao afirmar que “estamos prontos para liderar uma vez mais”.
A leitura que se pode fazer de seu discurso, nas entrelinhas, deixa clara a prioridade para a solução dos problemas internos. O mundo esta vivendo uma grave crise, mas os norte americanos, tem em primeiro plano, a crise deles, por sinal, onde tudo começou.
O trabalho de reconstrução da economia americana, não pressupõe necessariamente, a solução das crises particulares de outros paises. Pelos sinais emitidos, a priori, deve prevalecer a “lei de Murici” – cada um, cuide de si. Ou, “cada um no seu quadrado”, como diz a letra da esquisita música, que faz sucesso.
Pelo sim, pelo não, aqui no Brasil, logo na quarta-feira, o Copom decidiu reduzir a Selic em 1%. Ainda é muito pouco. Mas, não deixa de ser um sinal positivo, de que os membros do comitê, acompanharam atentamente e entenderam o discurso. Não fizeram mais do que o bom senso recomendava, já de longas datas.
Pena, que não temos também nenhum “Obama” disponível, para festejar por ora. E o nosso Presidente, a essa hora, deve estar às voltas, para encontrar um novo culpado pelos nossos problemas. O Bush, já se foi e, com ele, a crise que supostamente seria marola. - Paulo Mendes – Economista.
Mas, a mídia e a própria nação americana, resolveram convertê-lo numa espécie de marco, início de uma esperada epopeia, pelo fato de termos um primeiro presidente afro-descendente, que foi guindado por uma nação dividida eleitoralmente, à condição de uma espécie de “salvador da pátria”. Muito ao estilo norte americano, um povo acostumado a transformar em paradas, desfiles monumentais, e superproduções, tudo que sirva para exaltar o caráter de super-potência militar e econômica, que atingiram e mantiveram nas últimas décadas.
As revistas de quadrinhos, nas bancas, os desenhos animados e filmes na TV, atestam a proliferação de super-herois, que povoaram o imaginário norte americano desde os tempos de Búfalo Bill, Wyatt Earp, passando pelo Super-Homem, Batman, etc. Conseguiram ainda produzir a façanha de exportar seus “super-herois”, além fronteiras, convertendo-os em milhões de dólares, nas fábricas de sonhos hollywoodianas.
Acompanhei durante o dia, horas e horas de transmissões via satélite, da exibição do novo “especimem”, submetido à visitação pública local de cerca de dois milhões de curiosos, e outros tantos milhões via TV.
A festa em si, foi fantástica: um fervilhar de democracia e uma proclamação em prol da esperança. O episódio, exaltado por quantos comentaristas o analisaram, e ainda analisam, foi e continua sendo objeto de lucubrações e especulações de toda ordem.
Indiscutivelmente, a nova posse suplantou em populismo, as últimas ocorridas na “White House”. O Capitólio, a tempos não era alvo de tamanhas manifestações, acompanhadas atentamente pelo mundo. Não podemos esquecer que, a partir da segunda guerra mundial, a posse de qualquer novo presidente nos EUA, desperta atenções globais. Desde então, um mero espirro por lá, alastra-se como pneumonia pelo mundo afora. Os “yankees” (e agora também, os ex-kenyanos”), conseguiram se transformar nos “caras...”! Mesmo dentro do redemoinho de uma baita crise.
De todas as manifestações do dia, como não poderia deixar de ser, o discurso do novo presidente, era a mais esperada. Barack Hussein Obama, falou de forma incisiva, criticou seu antecessor, e ao meu ver, limitou-se a uma fervorosa proclamação doméstica, conclamando seus compatriotas ao trabalho difícil de reconstrução e sacrifícios. Lembrou a necessidade de amizade com as nações e outros povos, mas não disfarçou a prepotência, ao afirmar que “estamos prontos para liderar uma vez mais”.
A leitura que se pode fazer de seu discurso, nas entrelinhas, deixa clara a prioridade para a solução dos problemas internos. O mundo esta vivendo uma grave crise, mas os norte americanos, tem em primeiro plano, a crise deles, por sinal, onde tudo começou.
O trabalho de reconstrução da economia americana, não pressupõe necessariamente, a solução das crises particulares de outros paises. Pelos sinais emitidos, a priori, deve prevalecer a “lei de Murici” – cada um, cuide de si. Ou, “cada um no seu quadrado”, como diz a letra da esquisita música, que faz sucesso.
Pelo sim, pelo não, aqui no Brasil, logo na quarta-feira, o Copom decidiu reduzir a Selic em 1%. Ainda é muito pouco. Mas, não deixa de ser um sinal positivo, de que os membros do comitê, acompanharam atentamente e entenderam o discurso. Não fizeram mais do que o bom senso recomendava, já de longas datas.
Pena, que não temos também nenhum “Obama” disponível, para festejar por ora. E o nosso Presidente, a essa hora, deve estar às voltas, para encontrar um novo culpado pelos nossos problemas. O Bush, já se foi e, com ele, a crise que supostamente seria marola. - Paulo Mendes – Economista.
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