O “abraço de afogados”.

E deu no que deu. Greta Garbo, quem diria ! Terminou no Irajá... Não poderia ser diferente, porque até a numerologia popular, cantava em prosa e verso o desfecho.

O povo de Itabuna, simplesmente, reagiu às evidencias de maquinações esdrúxulas, ao transformismo camaleônico, à improvisação virtual que confundiu: “voto de coração” humano – onde pulsam as mais singelas manifestações, com “voto num coração de papel” – desenhado para emoldurar falsas premissas.

O inusitado “abraço de afogados”, que uniu no ocaso de uma campanha vencida, quem se distanciava cada vez mais do povo e quem resolveu escafeder-se dele, terminou por sepultar no “pré-sal” político da Ilha do Jegue, o rebotalho da combinação do nada a ver com o coisa nenhuma...

Itabuna amanhece altaneira, segura de si, com a alma lavada e enxaguada, depois de varrer para o lixo da sua historia, as paginas viradas de um tosco folhetim. Estava na hora dessa gente Grapiuna mostrar seu valor e, marchar contra a tentativa de golpe absolutista, a se desenhar, sob a forma de uma submissão desdenhada, porque imposta de cima para baixo. Urdida de forma comezinha, foi abatida pela própria esclerose, porque já não conseguia fazer circular nas veias do eleitorado, os fluidos vitais da confiança. Na hora do vamos ver, Itabuna mostrou que tem sua “tropa de elite”, muito mais afinada, cadenciada e disposta, que os arranjos teatrais de um “bofe da elite”, que já não mais caminhava e cantava com a multidão.

Nem podia falar de flores, porque os espinhos com que tentaram coroar os corações e mentes, nem ao menos conseguiam esconder a falsa escápula, com que tentaram atrair a popularidade distante e inconfundível, do Presidente Luis Inácio. Este, certamente, democrata e populista por convicção, haverá de reconhecer a força das vontades, o clamor da verberação popular e saberá distinguir o joio do trigo. Quem conduz a massa, e quem se destina ao entulho.

Como em toda eleição, proclamam-se de um lado, os “vencidos” – que tropeçaram ao chutar o suposto “bicho morto”, e mergulharam no vazio da escoria política, onde há uma distancia abissal entre as ambições desmedidas pelo poder e, a realidade do povo – nem mesmo as máscaras da “colagem” insidiosa, os amparou. Esqueceram-se da máxima atribuída ao velho Abraham Lincoln: “Pode-se enganar a todos, por algum tempo; pode-se enganar alguns por algum tempo; mas não se pode enganar a todos por todo o tempo”.

E de outro lado, os “vencedores” – temos um capitão que com singeleza e simplicidade, destronou do pedestal, os falsos “deuses”, numa luta titânica, onde o graveto derrubou panela e o tostão detonou o milhão, na onda frenética do povão. E para atravessar os umbrais da historia, quem se converteu numa “lenda politica” inquestionável, representada pelo atual prefeito; ambos, nesta segunda feira, simbolizam o povo, nas suas manifestações mais recônditas.

Afinal, é este povo, que escolhe e elege seus lideres ! Caminhando e cantando e seguindo a canção...

“Êta gente Grapiuna arretada”... Eu me orgulho de vocês e por vocês. Parabéns e felicidades, por mais este momento cívico. Afinal, como diriam certos fulanos, “noutros tempos” em que transpiravam alguma dignidade: “O povo unido, jamais será iludido !”

Paulo Mendes – Economista.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Galileu, Abraão e Doenitz.

“Graveto derruba panela...”

Eleição “assobrejetica e camaleosa...”